Marta descobre que apoio do Traíra só a faz afundar
Quem mandou ser uma Cristóvam?
publicado
28/09/2016

O Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Nogueira no DCM:
Marta enfim descobriu que ser apoiada por Temer é muito diferente de ser apoiada por Lula
Marta é impressionante. Abandonou o PT na pior hora deste para se lançar aos braços de Temer e de Eduardo Cunha.
Conseguiu produzir discursos
anticorrupção mesmo na companhia de Temer e Cunha, para não falar do
PMDB, a quintessência da sujeira política na história da República
nacional.
E agora Marta atribui a Temer e sua política econômica o naufrágio iminente de suas ilusões de se tornar prefeita de São Paulo.
Um momento: Marta achava que teria em
Temer um cabo eleitoral poderoso? Viu um Churchill naquele ser pequeno
que se comunica por mesóclises?
Temer se arrasta em taxas desastrosas
de popularidade desde o golpe. Ele tem que se esconder das pessoas.
Sequer coragem de enfrentar as multidões ele tem: jamais esqueceremos a
fuga covarde das cerimônias de despedida nas Olimpíadas e nas
Parolimpíadas.
Ele se fez de morto até no Sete de Setembro.
Dias atrás, um instituto de pesquisas registrou um índice de 1% de ótimo e bom para Temer no Rio de Janeiro.
Repito: um por cento.
Alguém imagina que em São Paulo seja diferente?
Se pensava que Temer seria um suporte
em São Paulo, Marta mostrou viver num planeta paralelo. Ele não chegou
ao nada numa caminhada: já era nada antes de a caminhada se iniciar.
É natural que os adversários a vinculem
a Temer. Só faltou a Marta dar beijos e abraços em Temer. Falou, com
orgulho cívico, que votou pelo golpe. Não teria, portanto, nenhum
problema com a conexão com Temer.
Nas redes sociais, fotos dela com
Eduardo Cunha formam enxames. “Feitos um para o outro”, parecia estar
escrito em cada uma delas.
Marta traiu. Não é difícil que ela sinta falta, hoje, do apoio de quem faz de fato a diferença: Lula.
Uma coisa é ser apoiado por Temer. Nada. Outra é ser apoiado por Lula. Muito.
Quis muito. Deixou-se tomar pela
ganância e pela ambição. E pode terminar sem nada — a começar por uma
biografia política digna, decente, limpa.
Penso nela e me ocorre a cena final de
Breaking Bad. Agonizante, varado de balas, o professor traficante de
metanfetamina Walt olha para cima quando irrompe um clássico da banda
Badfinger.
Guess I got what I deserved.
Marta, como Walt, está tendo o fim que mereceu.
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