sexta-feira, 30 de setembro de 2016

DÓRIA,HADDAD E ERUNDINA SE SAEM MELHOR  EM DEBATE NA  GLOBO, POR KENNEDY ALENCAR

Jornal GGN - Apesar de não ter, segundo as pesquisas, chance de ir para o segundo turno na disputa pela prefeitura de São Paulo, a candidata Luiza Erundina (PSOL) foi quem esquentou o debate na Globo, na noite de ontem, em confrontos memoráveis com Marta Suplicy (PMDB) e Joao Doria (PSDB). Erundina fez os ataques que não coube a Fernando Haddad (PT), já que a estratégia de Dória, Marta e Celso Russomanno (PRB) foi de escantear o candidato a reeleição.
Na visão de Kennedy Alencar, essa estratégia - que reflete pesquisas internas, incluindo uma do PSDB, onde Haddad aparece com chances de ultrapassar Marta e Russomanno e ir ao segundo turno - apenas favoreceu Dória, que saiu como líder consolidado, e prejudicou Marta e Russomanno, que duelam pelo segundo lugar mas nada mudaram com o debate. Haddad, na visão do jornalista, foi feliz em suas poucas intervenções.
Por Kennedy Alencar
Doria, Haddad e Erundina se saem melhor em debate na Globo
No balanço geral do debate da TV Globo com os candidatos a prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSOL) executaram melhor as suas estratégias do que Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB) e Major Olímpio (SD).
Ao contrário de outros debates, Doria e Marta fizeram dobradinhas. Isso foi bom para o tucano, porque evitou confronto com uma candidata que costumava fustigá-lo. Marta preferiu jogar junto com o tucano a fim de tentar desgastar o prefeito Fernando Haddad.
Foi um sinal de preocupação da peemedebista com a possibilidade de ser ultrapassada pelo petista. Marta imaginava usar o voto útil contra Haddad na reta final, mas é ela quem pode ser vítima desse apelo agora.
Erundina bateu duro em Doria, mas ele evitou revidar na mesma moeda, buscando uma atitude olímpica e de bom moço, mas soou arrogante. O tucano procurou sair do debate com o menor dano possível.
Haddad priorizou marcar diferenças com Russomanno, tentando mostrar fragilidades do candidato do PRB ao discutir propostas para a cidade em mobilidade urbana e saúde.
Major Olímpio teve papel de coadjuvante, porque está completamente fora do jogo. Procurou apertar Doria, criticando o governador do Estado, Geraldo Alckmin. Nessa hora, houve um raro momento em que Doria partiu para a ofensiva, afirmando que Olímpio parecia ser candidato a governador e não a prefeito.
Erundina, mesmo sem chance de ir ao segundo turno, foi quem mais esquentou o debate ao bater em Doria, Russomanno e Marta. A candidata do PSOL suavizou os ataques que fazia a Haddad e fez um discurso correto sobre a valorização da política. Ela criticou Doria, dizendo que Doria ele é um candidato com práticas políticas velhas, apesar de se vender como empresário e gestor moderno.
Russomanno deixou para bater em Marta no último bloco. E a senadora do PMDB só defendeu o governo Temer ao rebater uma pergunta de Erundina, dizendo que a crise econômica não é culpa do atual presidente, mas da incompetência de Dilma. Antes, a ligação com Temer constrangeu Marta. Ela defendeu, mas também criticou a reforma do ensino médio, por exemplo.
Em resumo, foi um debate quente, que deixou a clara impressão de que Doria já está na segunda fase, mas que a briga pela outra vaga ainda está aberta entre Marta, Russomanno e Haddad. O prefeito de São Paulo teve o seu melhor desempenho num debate. Foi feliz ao dizer que críticas de Doria, Marta e Russomanno à redução de velocidade em vias rápidas são demagógicas e podem aumentar violência no trânsito.

Resta saber se a reação do petista nesta reta final surtirá efeito para levá-lo à segunda fase. Não será fácil. Mas é fato que Marta e Russomanno trocaram ataques e demonstraram, no debate, que têm medo de Haddad e que sentiram o peso da pressão de uma reta final disputada.

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