Retirada de manifestantes termina em confronto na Câmara de Natal
Publicidade
DANILO SÁ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NATAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NATAL
Após serem obrigados a deixar o local, os manifestantes cercaram o prédio por cerca de uma hora e 30 minutos, em protesto contra a prisão de um deles, no interior da Casa. No período, ninguém conseguiu entrar nem sair da Câmara.
Os vereadores já haviam deixado o local, mas ainda havia funcionários, que só saíram quando houve acordo e o manifestante detido deixou as dependências do Legislativo municipal com representantes da OAB-RN (Ordem dos Advogados do Brasil). Ele foi levado para a delegacia.
Até o início da noite, os manifestantes continuavam em frente à Câmara.
O pátio interno da Câmara estava invadido desde o final da manhã por membros da manifestação "Revolta do Busão", que cobra melhorias no sistema de transporte público.
O grupo reivindicava um prazo maior para debate em torno do projeto de licitação do transporte público na capital potiguar, que seria discutido e votado na próxima semana, em sessões extraordinárias.
Além disso, cobravam a redução da passagem de ônibus em Natal dos R$ 2,20 atuais para R$ 2 e a abertura de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para investigar o Seturn (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos do RN).
Os vereadores, liderados pelo presidente da Casa, Albert Dickson (PP), disseram que a redução da tarifa só pode ser decidida pelo Executivo. Afirmaram também que a investigação do Seturn não pode ser feita porque o sindicato representa empresas privadas.
Sobre o projeto de licitação, os parlamentares aceitaram adiar a análise por mais cem dias, desde que a Câmara fosse desocupada. Os manifestantes receberam 20 minutos para decidir se deixavam o local. Foi quando teve início o confronto.
Danilo Sá/Folhapress | ||
Protesto na Câmara de Natal termina em confronto entre manifestantes e policiais |
Ao fim do prazo, guardas municipais começaram a retirar a força os jovens que ainda estavam na Câmara, que não aceitaram a medida e tentaram reagir. A guarda utilizou spray de pimenta e tiros foram disparados para o alto por policiais militares que estavam do lado de fora do prédio. Houve correria.
Manifestantes que não quiseram se identificar mostraram à reportagem marcas de agressões sofridas.
Presente na Câmara durante o início da confusão, o vereador George Câmara (PC do B) disse que o presidente da Casa já havia feito o documento atendendo a reivindicação dos manifestantes quando o confronto começou. "Alguns já estavam se preparando para sair. Foi quando a Guarda começou a colocá-los para fora, dando início à confusão".
Em nota, a Câmara afirmou que, "mesmo após atender as reivindicações feitas pelo movimento, houve resistência e a Guarda Legislativa e a Guarda Municipal retiraram os manifestantes do local."
O Legislativo municipal disse que suspendeu a convocação para discutir o projeto de lei sobre a licitação dos transportes públicos e se prontificou a apresentar requerimento solicitando à Secretaria de Mobilidade Urbana e ao Seturn a apresentação de planilhas que detalhem o valor da tarifa de ônibus na cidade.
De acordo com a nota, "a única exigência feita pela Câmara foi a desocupação pacífica e voluntária do prédio".
Nenhum comentário:
Postar um comentário