segunda-feira, 22 de julho de 2013

Governo perde R$ 35,1 bi de arrecadação com corte de impostos

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MARIANA SCHREIBER
DE BRASÍLIA
A perda de arrecadação devido a cortes de impostos somou R$ 35,1 bilhões no primeiro semestre deste ano, informou nesta segunda-feira (22) a Receita Federal.
As principais desonerações que impactaram esse valor foram as reduções de tributos sobre crédito, veículos, eletrodomésticos e folha de salários, que tiveram como objetivo tentar reanimar a atividade econômica. Além disso, teve peso relevante a retirada da Cide sobre combustíveis que serviu para segurar a inflação.
A perda de receitas com o corte de impostos somada ao crescimento tímido do PIB (Produto Interno Bruto) explicam porque o valor total da arrecadação federal está quase estável no ano, apesar de algumas receitas extraordinárias que injetaram R$ 4 bilhões nos cofres da União.
Segundo a Receita, a arrecadação acumulada no primeiro semestre ficou em R$ 543,985 bilhões, apresentando elevação real de apenas 0,49% ante o registrado na primeira metade de 2012.
Apesar desse número, o secretário da Receita, Carlos Barreto, se mantém otimista quanto à recuperação da arrecadação no segundo semestre. Segundo ele, os números até junho ainda refletem muito o desempenho ruim do PIB de 2012, já que a atividade econômica impacta com atraso o valor coletado com impostos.
Sua previsão é de que a arrecadação deve crescer entre 3% e 3,5% em 2013, mas esse número deve ser revisto para baixo após o Ministério da Fazenda divulgar nesta tarde novo corte na projeção para o PIB deste ano.
JUNHO
Após dar sinais de recuperação em maio, a arrecadação federal voltou a recuar no mês passado. Segundo a Receita Federal, o valor coletado com impostos e outras contribuições somou R$ 85,683 bilhões em junho, valor 0,99% menor que o registrado um ano antes, quando descontada a inflação do período.
De acordo com a Receita, essa redução foi fortemente influenciada pela queda de 35% no valor recolhido com imposto sobre rendimento de aplicações financeiras, o que significou menos R$ 2,368 bilhões de receita no mês.

Essa forte diminuição foi impactada pelo IRRF que incide semestralmente sobre a rentabilidade dos fundos de renda fixa. Segundo o coordenador de previsão e análise da Receita, Raimundo Eloi, esse fundos foram menos rentáveis no período por causa da taxa de juros Selic mais baixa e também devido às perdas provocadas pela instabilidade no mercado por causa da expectativa de redução dos estímulos do banco central americano, o Fed, à economia.

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