segunda-feira, 22 de julho de 2013

Décadas depois de Auschwitz, mulher ainda sente medo

da Livraria da Folha

Em 1986, o político britânico Ken Livingstone pediu para que Eva Schloss, uma sobrevivente de Auschwitz, contasse sua experiência na abertura de uma exposição sobre Anne Frank na Mall Galleries. "Senti uma onda de terror invadindo meu estômago", diz Schloss, décadas depois de passar pelos horrores do campo de concentração.
"Eu não sabia que aquele seria o começo de uma longa jornada para encarar os terríveis acontecimentos da minha infância", relata Schloss no livro "Depois de Auschwitz".
A autora tinha 15 anos quando atravessou a Europa com outros milhares de judeus em trens escuros rumo ao campo de concentração Auschwitz-Birkenau. Em Amsterdã, pouco tempo antes, Schloss brincava com Anne Frank.
Divulgação
Um depoimento honesto e doloroso de uma pessoa que sobreviveu ao Holocausto
Um depoimento doloroso de quem sobreviveu ao Holocausto
Após a guerra, Otto Frank, pai de Anne, casou-se com a mãe de Schloss. "Uma relação derivada do sentimento de perda e do sofrimento de ambos", conta.
Ela relata que tentava esquecer o que enfrentou nas mãos dos nazistas. "Quando os meus netos perguntaram-me sobre a tatuagem no meu braço --feita em mim quando estava em Auschwitz --, respondi que era apenas o número do meu telefone. Eu não falava sobre o passado".
"Nada, jamais, poderá justificar as atrocidades que os nazistas cometeram", escreve. "Seus crimes serão absolutamente imperdoáveis sempre, e espero que por meio de histórias como a minha sejam sempre lembrados dessa forma".
Eva Schloss trabalhou no Museu Anne Frank, em Amsterdã, e no Instituto Anne Frank, na Inglaterra. Seu livro chega ao Brasil pela editora Universo dos Livros, com tradução de Amanda Moura.

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