A última boiada Reportagem do Jornal da USP mostra que o agronegócio tenta passar suas pautas impopulares no apagar das luzes do governo Bolsonaro. Depois de aprovar mais de mil agrotóxicos na Anvisa sem nenhuma avaliação técnica e científica, a maior bancada do congresso agora apresenta o PL 6299/2002, que retira da autarquia o poder de veto de novos venenos. A ideia é repassar a responsabilidade ao ministério da Agricultura, quase sempre dominado pelos grandes proprietários de terra. “Na prática, qualquer agrotóxico poderá ser utilizado ao menos durante um tempo sem que haja qualquer análise sobre os prejuízos ao meio ambiente ou à saúde”, resumiu Pedro Luiz Côrtes, professor titular da ECA e do Instituto de Energia e Ambiente da USP. Ainda há mais três projetos nas gavetas do congresso, que permitem derrubada de vegetação nativa, exploração de áreas altas de mata atlântica e autorregulação dos empresários do setor. A pressa e o momento talvez sejam autoexplicativos. Quanto menos debate, “melhor”. SUS disponibilizará medicamento para atrofia muscular espinhal O Zolgensma, utilizado para tratar a atrofia muscular espinhal (AME), doença rara e degenerativa de causas genéticas, será incorporado pelo SUS após um parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias em Saúde. O medicamento é considerado o mais caro do mundo, custando cerca de R$ 6 milhões. O Zolgensma é indicado para crianças de até 6 meses com AME tipo I. Como mostra matéria do Estadão, a doença acomete 1 de cada 10 mil bebês e o SUS já disponibiliza outros dois remédios para tratar a doença, o Nusinersena e o Risdiplam. Festejada pelo ministro Queiroga, a novidade esconde a pouca margem de negociação de preços que a CMED tem a seu favor e é mais uma demonstração da importância da retomada de uma política de produção farmacêutica nacional, como abordado recentemente no Outra Saúde. Entidades de defesa do direito à saúde fazem carta a novo governo Grupos representantes de diversas categorias de enfermidades e trabalhadores do sistema de saúde pública enviaram carta ao futuro governo de Lula na qual enumeram prioridades a serem defendidas pelo novo ministério da Saúde. Além de ressaltar a defesa mais ampla dos direitos humanos, da diversidade e da Constituição, a missiva enumera necessidades diretas para a promoção da saúde no país, a exemplo da produção nacional de medicamentos e insumos básicos, reforço de protocolos de covid-19, garantia de vacinação e tratamento de doenças crônicas, reafirmação de política de ciência e tecnologia no setor da saúde e incentivo à participação dos usuários do SUS na formulação das políticas de gestão. A carta ainda pede pela regulamentação da 13.146/2015, Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI). |
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