quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

 

A UE concorda em limitar o preço do gás

Publicado em 20/12/2022

O teto foi temporariamente fixado em 180 euros, encerrando meses de disputas políticas internas

sobre a necessidade de intervir em uma crise energética que ameaça mergulhar a região na recessão.

Os países membros da União Europeia concordaram na segunda-feira (19) em limitar o preço do gás natural em 180 euros por megawatt-hora temporariamente para aliviar a crise energética, anunciou a presidência tcheca do Conselho da UE.

"Negociamos um teto para os preços do gás e conseguimos chegar a um acordo muito importante para garantir energia acessível para residências e empresas europeias", escreveu o primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, em sua conta no Twitter.

O chamado mecanismo de correção do mercado de gás, projetado para evitar oscilações extremas de preços, será aplicado a partir de 15 de fevereiro. O limite adotado é significativamente inferior à proposta inicial da Comissão Europeia, que previa a sua ativação quando os preços futuros no mercado holandês de TTF ultrapassassem os 275 euros por megawatt hora (MWh) e a diferença com os preços mundiais fosse superior a 58 euros .

O novo limite só entrará em vigor se a diferença de preço com os preços mundiais do gás natural liquefeito for superior a 35 euros. Os preços terão que ficar acima dos dois tetos por três dias para ativar o mecanismo.

A proposta inicial da Comissão Europeia esbarrou na oposição de vários países da comunidade. Especificamente, a terceira vice-presidente da Espanha e ministra da Transição Ecológica e Desafio Demográfico, Teresa Ribera, descartou a ideia como uma "provocação".

Da mesma forma, a Bloomberg informou, citando diplomatas europeus familiarizados com o assunto, que Bélgica, Grécia, Itália, Polônia, Romênia, Bulgária, Eslováquia, Eslovênia, Letônia, Lituânia, Croácia e Malta exigem uma redução significativa no teto do preço dos suprimentos de gás.

O acordo encerra meses de disputas políticas internas sobre a intervenção em uma crise energética que ameaça mergulhar a região na recessão.

A Comissão Europeia argumentou que o limite deveria ser um instrumento de dissuasão e não uma ferramenta para uso ativo. A Alemanha e outros países do bloco expressaram preocupação de que o teto de preço possa tornar a UE menos atraente para os fornecedores, já que o bloco busca alternativas aos suprimentos russos.

No início de dezembro, o Grupo dos Sete, em acordo com a UE e a Austrália, já havia concordado em limitar o preço do petróleo russo a US$ 60 por barril.

Por sua vez, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que a introdução do teto para o preço do petróleo russo é “prejudicial” para os mercados mundiais de energia e alertou que afetará principalmente aqueles que tomaram a decisão de impor tal teto. Como resultado da medida, o investimento global "cairá para zero", o que fará com que os preços do petróleo subam, previu.

Fonte: RT

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