Ministério da Cidadania contrata empresa que é alvo de operação da PF
Corregedoria-Geral da União havia orientado a não usar serviços da empresa já em 2017; desvios chegam a R$ 50 milhões
Jornal GGN – O Ministério da Cidadania contratou uma empresa de informática suspeita de ter sido usada para desviar recursos dos cofres públicos entre os anos de 2016 e 2018, em montante que chega a R$ 50 milhões.
Na última quinta-feira, a empresa Business to Technology (B2T) foi alvo da Operação Gaveteiro. Embora o foco sejam contratos fechados durante a gestão de Michel Temer na Presidência da República, informações do jornal O Estado de São Paulo mostram que essa empresa também fechou negócio durante o mandato de Jair Bolsonaro.
Relatório de auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) elaborado em 2017 apontou fraudes milionárias no contrato do governo Temer com a B2T. A orientação dada pela CGU na ocasião foi que o governo federal cessasse as contratações com a empresa. A B2T, contudo, continuou fechando contratos com a União, inclusive na gestão do presidente Jair Bolsonaro.
Na manhã de quinta, a B2T foi alvo da Operação Gaveteiro, deflagrada pela Polícia Federal, que apura desvios de mais de R$ 50 milhões, entre 2016 e 2018, do extinto Ministério do Trabalho. Segundo as investigações, a B2T foi uma contratação de fachada para fornecer serviços de tecnologia ao Ministério do Trabalho no governo Temer. A PF pediu o bloqueio de cerca de R$ 76 milhões nas contas dos investigados
Entre os alvos de buscas da operação deflagrada pela PF, estão o ex-deputado Jovair Arantes, o ex-assessor da Casa Civil do governo Bolsonaro Pablo Tatin e o ex-deputado, ex-ministro do Trabalho do governo Temer e atual presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Ronaldo Nogueira. Os investigados poderão ser enquadrados nos crimes de peculato, organização criminosa, fraude à licitação, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. Somadas, as penas, podem chegar a 40 anos de prisão.
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