terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Caso Adriano: investigação quer descobrir quem avisou miliciano

Rede de apoio de ex-capitão do Bope é alvo de apuração policial; autoridades estão convencidas de que ele recebia informações do Rio de Janeiro

Adriano Magalhães da Nóbrega, o Capitão Adriano, morto na manhã de domingo na Bahia. Foto: Reprodução.

Jornal GGN – Os responsáveis pela operação que matou o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega no último domingo (09/02), em confronto ocorrido na cidade baiana de Esplanada, querem descobrir quem o avisou sobre o cerco montado, e também sobre as movimentações dos investigadores para buscá-lo nas semanas que antecederam sua morte.
Segundo informações do jornal O Globo, as autoridades estão convencidas de que Adriano, ex-capitão do Bope do Rio acusado de chefiar um grupo de matadores de aluguel, recebia informações privilegiadas da polícia do Rio.
A hipótese ganhou força após o depoimento de Leandro Abreu Guimarães, dono de uma fazenda na qual o suspeito ficou escondido. Segundo ele, Adriano mostrou sinais de nervosismo na véspera da operação, enquanto recebia e enviava mensagens por um celular. Além disso, abandonou o local onde se abrigou por cinco dias às pressas.
O fazendeiro, que foi preso porque policiais encontraram armas em sua propriedade, alegou ter sido obrigado a levá-lo para um sítio, sendo ameaçado de morte pelo miliciano. Localizado próximo da BR-101, o sítio pertence ao vereador Gilson Dedé, do PSL, que disse nunca ter visto Adriano, e alegou que o imóvel foi invadido pelo miliciano.
Dez policiais cercaram a propriedade e quatro se encarregaram de fazer a abordagem. Dois carregavam escudos à prova de bala, e a outra dupla segurava fuzis. O grupo afirmou que só abriu fogo depois que o miliciano atirou. Dois agentes de um serviço de inteligência do Rio foram à Bahia para dar apoio à operação.
Homenageado duas vezes na Assembleia Legislativa do Rio pelo então deputado Flávio Bolsonaro, Adriano é citado na investigação que apura a prática de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual, e teve a mãe e a esposa nomeadas por Flávio. O advogado de Adriano, Paulo Emílio Catta Preta, disse que ele relatou a preocupação nos últimos dias de que pudesse ser morto como “queima de arquivo”.

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