Aliado de Aécio está disposto a fazer delação, diz jornal mineiro
sex, 02/06/2017 - 17:10
Atualizado em 02/06/2017 - 17:33
Foto: Agência Senado
Jornal GGN - O ex-presidente da Codemig (Companhia
de Desenvolvimento de Minas Gerais), Oswaldo Borges da Costa, mais
conhecido como Oswaldinho, estaria iniciando as tratativas com o
Ministério Público Federal e a Polícia Federal para fazer delação
premiada. Ele é investigado por recebimento de propina em nome de Aécio
Neves, por conta da obra da Cidade Administrativa.
Segundo reportagem do jornal O Tempo, publicada na quinta (1),
Oswaldinho, investigado em dois inquéritos por causa da delação da
Odebrecht, chegou a viajar a Brasília para conversar com Aécio e Andrea
Neves. Mas decidiu mudar de estratégia após a PF deflagrar a operação
Patmos, a reboque das revelações da JBS. Andrea Neves, o primo de Aécio,
Frederico Pacheco, e um assessor do senador Zezé Perrella foram presos
na operação.
Por Lucas Ragazzi
Em O Tempo
Investigado por supostamente ter recebido propina em nome do
senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e suspeito de participar de um
esquema de superfaturamento na obra de construção da Cidade
Administrativa do governo mineiro, o ex-presidente da Companhia de
Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) Oswaldo Borges da Costa tem
feito movimentações junto a sua defesa para colaborar, de forma oficial,
com as investigações do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia
Federal (PF). A informação foi repassada à reportagem, nessa
quinta-feira (1°), por interlocutores próximos ao ex-dirigente da
Codemig.
Afastado da vida pública desde que se tornou investigado no âmbito
da operação Lava Jato, o ex-dirigente da Codemig tomou a iniciativa de
buscar informações para o acordo de delação depois da deflagração da
operação Patmos, da Polícia Federal (PF). A defesa, inicialmente, nega a
informação.
Deflagrada em 18 de maio, a Patmos afastou Aécio de seu mandato no
Senado e prendeu a irmã do parlamentar, Andrea Neves, além de Frederico
Pacheco, primo do senador, e Mendherson Souza, assessor do senador Zeze
Perrella.
Antes da ação da PF, Oswaldinho, como é conhecido, chegou a se
encontrar com os irmãos Neves em Brasília. Na ocasião, foi discutida a
possibilidade de uma candidatura à Câmara Federal para Andrea em 2018.
Atualmente, Oswaldinho responde a dois inquéritos no Supremo Tribunal
Federal (STF). O primeiro diz respeito à construção da Cidade
Administrativa durante o governo Aécio.
De acordo com delação de executivos da Odebrecht, o senador tucano
teria organizado, em 2007, um esquema para fraudar licitações por meio
de um cartel de empreiteiras. As obras de construção do espaço onde hoje
funciona a sede do governo mineiro foram realizadas pela Codemig.
No segundo inquérito, Oswaldinho é investigado por supostamente ter
recebido propinas como se fossem financiamentos de campanhas tucanas no
Estado. Segundo o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht,
Oswaldinho teria atuado como tesoureiro informal de Aécio, como também
seria conhecido no meio político
Viajante
Desde a chegada da Lava Jato em Minas, Oswaldinho tem saído com
frequência de Belo Horizonte. O empresário por diversas vezes passava
longos períodos nos Estados Unidos, onde tem apartamento em Miami, na
Flórida.
Sem visitas
O deputado estadual João Leite (PSDB) tentou visitar Andrea Neves
na prisão. O tucano, que é evangélico, foi ao presídio com um pastor,
mas Andrea se recusou a recebê-los
Nenhum comentário:
Postar um comentário