Aliado de Aécio está disposto a fazer delação, diz jornal mineiro

Foto: Agência Senado
 
 
Jornal GGN - O ex-presidente da Codemig (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais), Oswaldo Borges da Costa, mais conhecido como Oswaldinho, estaria iniciando as tratativas com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal para fazer delação premiada. Ele é investigado por recebimento de propina em nome de Aécio Neves, por conta da obra da Cidade Administrativa.
 
Segundo reportagem do jornal O Tempo, publicada na quinta (1), Oswaldinho, investigado em dois inquéritos por causa da delação da Odebrecht, chegou a viajar a Brasília para conversar com Aécio e Andrea Neves. Mas decidiu mudar de estratégia após a PF deflagrar a operação Patmos, a reboque das revelações da JBS. Andrea Neves, o primo de Aécio, Frederico Pacheco, e um assessor do senador Zezé Perrella foram presos na operação.
Por Lucas Ragazzi
 
Em O Tempo
 
 
Investigado por supostamente ter recebido propina em nome do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e suspeito de participar de um esquema de superfaturamento na obra de construção da Cidade Administrativa do governo mineiro, o ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) Oswaldo Borges da Costa tem feito movimentações junto a sua defesa para colaborar, de forma oficial, com as investigações do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF). A informação foi repassada à reportagem, nessa quinta-feira (1°), por interlocutores próximos ao ex-dirigente da Codemig.
 
Afastado da vida pública desde que se tornou investigado no âmbito da operação Lava Jato, o ex-dirigente da Codemig tomou a iniciativa de buscar informações para o acordo de delação depois da deflagração da operação Patmos, da Polícia Federal (PF). A defesa, inicialmente, nega a informação.
 
Deflagrada em 18 de maio, a Patmos afastou Aécio de seu mandato no Senado e prendeu a irmã do parlamentar, Andrea Neves, além de Frederico Pacheco, primo do senador, e Mendherson Souza, assessor do senador Zeze Perrella.
 
Antes da ação da PF, Oswaldinho, como é conhecido, chegou a se encontrar com os irmãos Neves em Brasília. Na ocasião, foi discutida a possibilidade de uma candidatura à Câmara Federal para Andrea em 2018. Atualmente, Oswaldinho responde a dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). O primeiro diz respeito à construção da Cidade Administrativa durante o governo Aécio.
 
De acordo com delação de executivos da Odebrecht, o senador tucano teria organizado, em 2007, um esquema para fraudar licitações por meio de um cartel de empreiteiras. As obras de construção do espaço onde hoje funciona a sede do governo mineiro foram realizadas pela Codemig.
 
No segundo inquérito, Oswaldinho é investigado por supostamente ter recebido propinas como se fossem financiamentos de campanhas tucanas no Estado. Segundo o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, Oswaldinho teria atuado como tesoureiro informal de Aécio, como também seria conhecido no meio político
 
Viajante
 
Desde a chegada da Lava Jato em Minas, Oswaldinho tem saído com frequência de Belo Horizonte. O empresário por diversas vezes passava longos períodos nos Estados Unidos, onde tem apartamento em Miami, na Flórida.
 
Sem visitas
 
O deputado estadual João Leite (PSDB) tentou visitar Andrea Neves na prisão. O tucano, que é evangélico, foi ao presídio com um pastor, mas Andrea se recusou a recebê-los