Como é o uso de agrotóxicos no Brasil e no mundo
50% dos agrotóxicos usados aqui são proibidos em outros países
Getty Images
Cenário brasileiro
- 50% dos agrotóxicos usados no Brasil estão proibidos na Europa, EUA, Canadá e Austrália.
- O carbofurano, que pode causar câncer, mutações e malformações fetais, ainda é permitido no país.
- Na contramão dos países desenvolvidos, o Brasil segue o caminho para ter leis mais flexíveis sobre o uso de agrotóxicos, inclusive os que já são proibidos, graças às pressões da bancada ruralista, defensora do agronegócio.
- Apesar de proibido, o metamidofós que é altamente tóxico, continua sendo utilizado no país, onde entra via contrabando.
- O herbicida glifosato, o mais usado no Brasil, e os inseticidas malationa e diazinona, foram apontados por uma pesquisa da IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer), publicada em 2015 na revista científica "The Lancet", como prováveis agentes carcinogênicos.
- A cultura da soja transgênica é a maior responsável pelo uso excessivo de agrotóxicos no país.
- O carbofurano, que pode causar câncer, mutações e malformações fetais, ainda é permitido no país.
- Na contramão dos países desenvolvidos, o Brasil segue o caminho para ter leis mais flexíveis sobre o uso de agrotóxicos, inclusive os que já são proibidos, graças às pressões da bancada ruralista, defensora do agronegócio.
- Apesar de proibido, o metamidofós que é altamente tóxico, continua sendo utilizado no país, onde entra via contrabando.
- O herbicida glifosato, o mais usado no Brasil, e os inseticidas malationa e diazinona, foram apontados por uma pesquisa da IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer), publicada em 2015 na revista científica "The Lancet", como prováveis agentes carcinogênicos.
- A cultura da soja transgênica é a maior responsável pelo uso excessivo de agrotóxicos no país.
Allen G. Breed/AP
Cenário internacional
- A União Europeia busca diminuir o uso de agrotóxicos na agricultura e quer barrar o consumo e a importação de produtos transgênicos.
- O carbofurano, classificado como altamente tóxico pela OMS, é proibido na Europa e na Califórnia.
- O tiram, fungicida autorizado no Brasil para uso em lavouras como arroz, feijão e milho, foi retirado do mercado americano por ser associado a mutações genéticas, problemas endócrinos e reprodutivos.
- Estados Unidos, China e Japão são os países que mais consomem agrotóxicos depois do Brasil.
- Em 2015, o Butão proibiu o uso de agrotóxicos na agricultura.
- Até 2020, a Dinamarca pretende transformar toda a produção agrícola do país em orgânica.
- O lactofen, usado no Brasil na cultura da soja, é proibido na União Europeia desde 2007 por ser considerado cancerígeno.
- O carbofurano, classificado como altamente tóxico pela OMS, é proibido na Europa e na Califórnia.
- O tiram, fungicida autorizado no Brasil para uso em lavouras como arroz, feijão e milho, foi retirado do mercado americano por ser associado a mutações genéticas, problemas endócrinos e reprodutivos.
- Estados Unidos, China e Japão são os países que mais consomem agrotóxicos depois do Brasil.
- Em 2015, o Butão proibiu o uso de agrotóxicos na agricultura.
- Até 2020, a Dinamarca pretende transformar toda a produção agrícola do país em orgânica.
- O lactofen, usado no Brasil na cultura da soja, é proibido na União Europeia desde 2007 por ser considerado cancerígeno.
Informações sobre alimentos mais contaminados são controversas
O consumidor fica sem saber ao certo em que dados confiar
Lucas Lima/ UOL
Em 2012, pimentão era campeão em veneno
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é responsável por avaliar a presença de agrotóxicos nos alimentos. Entre 2009 e 2012, as análises apontaram a contaminação de 60 a 70% dos alimentos e pelo menos 30% de amostras analisadas consideradas impróprias para consumo, ou seja com agrotóxicos acima do limite ou não permitidos.
Segundo os dados do Programa de Análise de Resíduos Tóxicos em Alimentos 2011/2012, os campeões de contaminação foram: pimentão, cenoura, morango, pepino e alface.
Segundo os dados do Programa de Análise de Resíduos Tóxicos em Alimentos 2011/2012, os campeões de contaminação foram: pimentão, cenoura, morango, pepino e alface.
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Em 2016, laranja era campeã em risco de contaminação
A análise mais recente da Anvisa, publicada em 2016, gerou polêmica entre críticos dos agrotóxicos. Dessa vez, a Agência mudou seus métodos de análise e conclusões, levando em consideração apenas o risco de contaminação aguda, ou seja, logo após o consumo. O resultado foi que apenas 1% dos alimentos avaliados apresentaram risco.
De acordo com a nova análise, os alimentos com maior potencial de risco agudo são: laranja, abacaxi, couve, uva e alface.
De acordo com a nova análise, os alimentos com maior potencial de risco agudo são: laranja, abacaxi, couve, uva e alface.
Os dois lados da discussão
Pró-agrotóxicos
Eles alegam que a produção e a exportação das commodities são fundamentais para a economia brasileira e que é impossível produzir em larga escala sem utilizar esses produtos. A pressão da bancada ruralista para afrouxar a lei é grande. Uma Medida Provisória que está sendo preparada pelo governo Michel Temer com a consultoria do sindicato da indústria dos agrotóxicos tenta mudar o texto da atual legislação (7.802 de 1989). A ideia é permitir que os defensivos mais perigosos, inclusive os cancerígenos, possam ser utilizados com a inclusão da expressão "nas condições recomendadas para uso". "Sou favorável ao uso racional, dentro das normas de segurança. Em grandes culturas, como a soja, aparecem várias pragas, uma delas é a ferrugem asiática, e é preciso combater para não ter prejuízo", diz o engenheiro agrônomo Carlos Gilberto Raetano.Pró-agroecologia
Existe um mito de que a agroecologia não é eficiente, pois produz pouco, e que o agronegócio alimenta o Brasil. O Censo Agropecuário do IBGE mostra que 70% dos brasileiros são alimentados pela agricultura familiar, ou seja, pelos pequenos produtores. "O problema é que os investimentos do governo priorizam o agronegócio e os venenos são responsáveis por 30 a 40% do custo dessas grandes culturas", explica o biólogo Fernando Carneiro. Em busca de novas políticas públicas e de controle que barrem o avanço do uso de venenos nas produções, diversas instituições se uniram criando ações e documentos. Um exemplo é a Campanha Permanente Contra o Uso de Agrotóxicos e pela Vida, que reúne mais de 200 entidades. Outro é o Pronara (Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos), lançado em 2014. "Infelizmente, a proposta foi engavetada", diz Carneiro.
É possível reduzir o consumo de agrotóxicos no dia a dia
Lave mais de uma vez
Lave sempre frutas e legumes, como abacaxi e cenoura, com água corrente. Utilize uma escovinha para higienizar a casca. Descasque e lave novamente, secando em seguida com papel toalha.Imagem: ReproduçãoDescarte as primeiras folhas
Ao higienizar as folhas das verduras, como alface e repolho, descarte as primeiras (que ficam do lado de fora do maço), elas recebem a maior carga de veneno.Imagem: Reprodução/Food ServiceFique de olho no cabinho
Repare se o chamado pedúnculo da fruta, o cabinho, tem uma espécie de penumbra branca, como se fosse um pó mesmo -isso é outro indicativo do excesso do agrotóxicosImagem: Reprodução/MBGCuidados com vegetais muito perfeitos
Desconfie dos vegetais que estão muito perfeitos e grandes demais, as substâncias químicas tornam frutas e legumes mais resistentes e maiores.Imagem: Reprodução/Cool Pictures Every DayPrefira os alimentos da época
Compre apenas alimentos da safra, os que estão fora de época tendem a receber mais agrotóxicos na lavoura para progredirem.Imagem: Lucas Lima/ UOLExamine a casca
Fique atento também a manchas esbranquiçadas nas cascas, que podem indicar resquícios da aplicação de venenos.Imagem: Reprodução/Cush CosmeticsDeixe de molho
Antes de consumir as verduras e legumes, deixe-os de molho por meia hora em uma solução de bicarbonato de sódio (1 colher de sopa rasa para 1 litro de água). Isso ajuda a eliminar resíduos. Depois, lave novamente.Imagem: Getty ImagesÁgua sanitária ou vinagre
Outra possibilidade é deixar os vegetais de molho por 20 minutos em uma solução de água sanitária própria para higienização de alimentos (hipoclorito de sódio), lavando-os bem em seguida. A medida são 10 gotas do produto para 1 litro de água.Imagem: ReproduçãoEsquentar ajuda
Vegetais fervidos, cozidos ou assados têm menor índice de contaminação, já que as altas temperaturas também auxiliam na eliminação dos venenos.Imagem: Getty Images
Feiras e cestas orgânicas são a saída para baratear os custos
Compare preços
Vale pesquisar. Alguns itens orgânicos, como verduras e legumes, podem ter uma variação pequena em relação ao alimento convencional. Outros, porém, chegam a custar o dobro. É o caso do abacaxi pérola que em supermercados da capital é encontrado por R$ 8,49 a unidade enquanto em sites de produtos orgânicos sai por R$ 18,75.Imagem: Ronaldo Marques/BOLCompre em feiras orgânicas
Para pagar menos, a melhor opção é a feira. No site do IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), há os endereços de todas as feiras orgânicas do Brasil: feirasorganicas.idec.org.brImagem: Junior Lago/UOLDescubra os produtores
Outra opção para baratear o preço é comprar diretamente dos produtores. Junte a família ou os amigos e faça compras maiores, assim o preço tende a cair.Imagem: Getty ImagesMonte cestas orgânicas
Outra opção é o serviço de entrega de cestas orgânicas, cada vez mais comum nas grandes cidades. As compras são feitas pela internet com direito à entrega em casa uma vez por semana.Imagem: Lucas Lima/ UOL
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