Acesso
O desafio da inclusão digital
O acesso à internet cresce, mas continua a refletir as diferenças regionais e sociais
por Roberto Rockmann
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publicado
06/01/2016 18h29,
última modificação
06/01/2016 20h08
F.L. Piton/ A Cidade/ Futura Press
Equipar as escolas é um dos caminhos
Se quiser vencer o desafio da inclusão digital, o Brasil não tem outra saída a não ser expandir a velocidade da banda larga e dos serviços de telecomunicações e ampliar o número de residências com acesso a computadores e internet. O maior desafio é reduzir as desigualdades regionais entre o norte / nordeste e o sul/ sudeste.
Cerca de 95 milhões brasileiros a partir
dos 10 anos de idade acessaram a internet por meio de computadores em
2014, um crescimento de 10 milhões de usuários em relação ao ano
anterior, segundo os dados mais recentes do IBGE. Pela primeira vez, a
proporção de internautas passou da metade da população residente. O
porcentual chegou a 54,4%, em 2014.
Os computadores são bens encontrados em
metade dos domicílios brasileiros, o dobro do porcentual verificado há
dez anos, mas ainda abaixo do registrado em outros países. Na Argentina,
o índice chega a 62%. No Sudeste, encontra-se o maior porcentual de
domicílios com computador (59%), seguido pelas regiões Sul (57%) e
Centro-Oeste (48%). As regiões Norte e Nordeste apresentam os menores,
com cerca de um terço dos domicílios com computador (33% e 37%,
respectivamente).
A desigualdade
por classe social também é considerável, segundo pesquisa do Comitê
Gestor da Internet: na classe A, a proporção de domicílios com acesso à
internet é de 98%. Na classe B, 82%. Na classe C, 48%. E nas classes D
e E, 14%. Nas áreas urbanas, a proporção de domicílios com acesso à
internet é de 54%, enquanto nas rurais é de 22%. A sondagem ainda aponta
que 32,7 milhões de domicílios não possuíam acesso à rede mundial de
computadores, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste. A maioria
encontra-se em áreas urbanas (25,5 milhões), concentrados nas classes C
(16,5 milhões) e D e E (13,2 milhões), com renda domiciliar abaixo de
dois salários mínimos (22,9 milhões). O custo elevado e a falta de
computadores são os principais motivos para os usuários não se
conectarem.
A Pesquisa do Comitê Gestor da Internet ainda aponta que,
do total de domicílios conectados, 18% pagam até 30 reais pela conexão,
59% pagam valores de 31 reais a 100 reais, e 9% pagam acima disso. A
velocidade ainda é baixa: na área urbana, apenas 24% dos domicílios com
internet apresentam conexão com mais de 8 Mbps, velocidade em 5% das
residências na área rural.
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