segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Acesso

O desafio da inclusão digital

O acesso à internet cresce, mas continua a refletir as diferenças regionais e sociais
por Roberto Rockmann — publicado 06/01/2016 18h29, última modificação 06/01/2016 20h08

F.L. Piton/ A Cidade/ Futura Press
ESCOLA INTERNET
Equipar as escolas é um dos caminhos
Se quiser vencer o desafio da inclusão digital, o Brasil não tem outra saída a não ser expandir a velocidade da banda larga e dos serviços de telecomunicações e ampliar o número de residências com acesso a computadores e internet. O maior desafio é reduzir as desigualdades regionais entre o norte / nordeste e o sul/ sudeste.
Cerca de 95 milhões brasileiros a partir dos 10 anos de idade acessaram a internet por meio de computadores em 2014, um crescimento de 10 milhões de usuários em relação ao ano anterior, segundo os dados mais recentes do IBGE. Pela primeira vez, a proporção de internautas passou da metade da população residente. O porcentual chegou a 54,4%, em 2014.
Os computadores são bens encontrados em metade dos domicílios brasileiros, o dobro do porcentual verificado há dez anos, mas ainda abaixo do registrado em outros países. Na Argentina, o índice chega a 62%. No Sudeste, encontra-se o maior porcentual de domicílios com computador (59%), seguido pelas regiões Sul (57%) e Centro-Oeste (48%). As regiões Norte e Nordeste apresentam os menores, com cerca de um terço dos domicílios com computador (33% e 37%, respectivamente).
A desigualdade por classe social também é considerável, segundo pesquisa do Comitê Gestor da Internet: na classe A, a proporção de domicílios com acesso à internet  é  de  98%. Na classe B, 82%. Na classe C, 48%. E nas classes D e E, 14%. Nas áreas urbanas, a proporção de domicílios com acesso à internet é de 54%, enquanto nas rurais é de 22%. A sondagem ainda aponta que 32,7 milhões de domicílios não possuíam acesso à rede mundial de computadores, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste. A maioria encontra-se em áreas urbanas (25,5 milhões), concentrados nas classes C (16,5 milhões) e D e E (13,2 milhões), com renda domiciliar abaixo de dois salários mínimos (22,9 milhões). O custo elevado e a falta de computadores são os principais motivos para os usuários não se conectarem.
A Pesquisa do Comitê Gestor da Internet ainda aponta que, do total de domicílios conectados, 18% pagam até 30 reais pela conexão, 59% pagam valores de 31 reais a 100 reais, e 9% pagam acima disso. A velocidade ainda é baixa: na área urbana, apenas 24% dos domicílios com internet apresentam conexão com mais de 8 Mbps, velocidade em 5% das residências na área rural. 

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