MTD reafirma compromisso com a luta urbana
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Em seminário de planejamento, organização aponta novas estratégias de luta
02/05/2015
Comunicação MTD
Há
mais de 15 anos fazendo luta e organizando o trabalhador urbano, o MTD,
movimento de luta urbana, busca novas perspectivas e realiza seminário
nacional de reconstrução. Uma das deliberações foi a mudança do nome da
organização, que agora se chama Movimento de Trabalhadoras e
Trabalhadores por Direitos.
Durante os dias 17 e 20 de
abril, 70 integrantes do Movimento de todo o país se reuniram na Escola
Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em São Paulo, em debates sobre
estratégia e rumos da luta urbana.
"Estamos falando
de um MTD que se abre para olhar os trabalhadores no mundo urbano, no
mundo das periferias das grandes e médias cidades. Ali estão todas as
suas necessidades e as suas potencialidades de luta e de
desenvolvimento, e ao mesmo tempo as suas carências", aponta Eliane de
Moura Martins, membro da coordenação nacional do movimento.
O
Movimento de Trabalhares Urbanos Organizados, MOTU, em luta desde 2007
no Ceará e Sergipe, esteve junto com o MTD durante os dias de reflexão e
agora passa a fazer parte da mesma caminhada. "A gente fala que é o
MOTU é um movimento que nasceu pra fazer luta. E essa união é muito
importante essa união estratégica, fortalece a luta do povo", declara
Dalva, do MOTU de Sergipe.
O
MTD está presente em cinco estados do Brasil, onde realiza ocupações
urbanas e rururbanas, além de organizar diversas experiências de
trabalho coletivo como padarias, confecções e até uma pequena fábrica de
tijolos ecológicos. "Nós vivemos uma realidade urbana que é um mosaico
de experiências, de realidades. Junto com o MOTU, estamos nos colocando
na condição de nos aproximar ao máximo possível dessa diversidade e
também compartilhando a nossa própria experiência que acumulamos nestes
15 anos", diz Eliane.
Protagonismo das mulheres
O
Movimento debateu seu texto-base, no qual aponta a linhas estratégicas
do movimento. Dentre elas, está garantido o caráter feminista que deve
ter o novo MTD, pois grande parte das integrantes do Movimento são
mulheres. "Por nascermos mulheres já sofremos uma violência que outros
não sofrem. Nosso enfrentamento deve ser ainda maior", aponta Chiley,
membro também da coordenação do MTD, no Rio Grande do Sul.
Ela
conta que a violência doméstica é a principal pauta de luta, a
violência moral e psicológica é também muito presente. "Buscamos a
afirmação da mulher, sua autonomia. É importante irmos construindo a
identidade de mulheres trabalhadoras organizadas para fazer de fato o
enfrentamento ao capital", conclui.
O Movimento tem
grupos de mulheres organizados em todo o país, que buscam debater os
problemas vividos pelas mulheres, mas também apresenta experiências de
sustentação financeira em busca de sua autonomia.
Aliados
Durante
o seminário, alguns movimentos participaram da reflexão do movimento,
marcando a aliança estratégica com o novo MTD/MOTU, como o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por
Barragens (MAB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT Nacional), o
Levante Popular da Juventude. "Nós estamos dentro de um campo política
da classe trabalhadora, o campo do projeto popular. Nossos aliados,
companheiros de jornada são deste campo, da Via Campesina e também de
setores sindicais”, explica Eliane.
"A parceria da CUT
com o MTD deve se dar em um campo político mais elevado, não
simplesmente na solidariedade que é necessária entre os trabalhadores na
luta de classes, mas inclusive pra elaborar propostas políticas, de
reivindicações no plano mais geral. devemos pautar uma saída que
interesse à classe trabalhadora e aos setores mais populares, de
construção de uma nação livre e soberana da dominação imperialista",
anuncia Julio Turra, membro da Executiva Nacional da CUT.
"Entendemos
que o papel do MTD é ser esta ferramenta do projeto popular no meio
urbano, das periferias, organizando a classe trabalhadora a partir de
seu espaço de vida. É para isso que estamos nos reorganizando e nos
colocando no cenário nacional", conclui Eliane.
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