sábado, 24 de maio de 2014

Após mais de um mês de licença, Vargas reaparece na Câmara dos Deputados

Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
  • Pedro Ladeira/Folhapress
    O deputado André Vargas (sem partido-PR) no plenário da Câmara
    O deputado André Vargas (sem partido-PR) no plenário da Câmara
Alvo de processo no Conselho de Ética, o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) apareceu nesta terça-feira (20) pela primeira vez na Câmara dos Deputados após voltar da sua licença não remunerada.
Vargas circulou no plenário da Casa, mas não quis dar entrevista. Conversou com alguns deputados e foi cumprimentado por outros, incluindo o petista Fernando Ferro (PE). Ele também parou para conversar com o presidente nacional do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (BA), partido que também tem um deputado na mira do Conselho de Ética por ligação com o doleiro preso Alberto Youssef, acusado de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro bilionário. 
Sob intensa pressão de caciques petistas, Vargas abriu mão do posto de vice-presidente da Câmara e se desfiliou do partido após vir à tona a sua relação próxima com Youssef.
Ao ser abordado hoje por jornalistas, Vargas alfinetou: "O que a mídia tinha que fazer já fez. Parabéns". Questionado se pretende fazer a própria defesa no Conselho de Ética, ele não respondeu. Em seguida, saiu em direção ao elevador destinado exclusivamente aos parlamentares e deixou o Congresso apressado em um táxi.
Vargas tem até o dia 29 deste mês para apresentar a sua defesa por escrito ao Conselho de Ética, que pode culminar até na cassação do seu mandato parlamentar. A palavra final, porém, caberá ao plenário da Câmara.
Ele havia saído de licença no dia 7 de abril por 60 dias, mas decidiu antecipar a sua volta no dia 14 deste mês --uma das razões que teriam pesado no seu retorno seria o salário, no valor de R$ 26,7 mil, até então suspenso pela licença.

Processo

Após receber a defesa de Vargas, o relator do caso, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), terá até 40 dias úteis para instruir o processo e elaborar o relatório final.
Nessa fase, entre as medidas que poderá adotar, Delgado já adiantou que quer ter acesso à investigação da PF em que Vargas é citado. É nessa etapa também que serão ouvidas as testemunhas –primeiro as da acusação e depois as apontadas pela defesa.
O relatório, com a proposta de punição, será votado no Conselho, mas poderá ser contestado por meio de um recurso na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania).
O relatório seguirá, então, para ser analisado pelo plenário da Câmara em votação aberta.
Vargas admitiu ter usado um avião emprestado pelo doleiro. Além disso, conversas entre os dois interceptadas pela Polícia Federal dão indício de que Vargas teria atuado junto ao Ministério da Saúde para beneficiar Youssef.
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