Shopping JK Iguatemi impede entrada de militantes
“Rolé contra o
racismo” encontrou as portas do shopping fechadas. Manifestantes fizeram BO
contra o estabelecimento por racismo
por Piero Locatelli —
publicado 18/01/2014 16:56
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O protesto lembrava a tentativa de jovens fazerem um “rolezinho” na
semana anterior dentro do shopping. O JK Iguatemi contava com uma liminar contra
o evento e impediu, por meio de uma "seleção", a entrada de diversos negros no
estabelecimento. “Isso aqui é um ato político de solidariedade ao
'rolezinho', a gente não está politizando o 'rolezinho'. O 'rolezinho' não
precisa ser politizado, ele já é o que tem de ser. A gente está falando do ato
de racismo que vem em seguida a ele, é isso que a gente está contestando”,
afirmou Lucas Lima de Assis, estudante de 19 anos e militante da
Uneafro.
Após serem impedidos de entrar no novo protesto, os manifestantes gritavam: “hoje não vai ter lucro” e cantavam músicas como “chega de apartheid, é o 'rolezinho' no shopping da cidade”. A frase “JK Racista” foi pichada na calçada em frente ao shopping e cartazes lembravam a morte de Douglas Rodrigues, estudante de 17 anos assassinado por um policial militar em outubro de 2013. Diante das portas cerradas, os militantes não tentaram forçar a entrada no shopping.
Os manifestantes propuseram baixar as bandeiras para entrar no estabelecimento, mas mesmo assim foram impedidos. Diante disso, parte deles foi à delegacia para registar um boletim de ocorrência contra o shopping, alegando os crimes de racismo e constrangimento ilegal. “O único que cometeu um crime aqui foi o dono do shopping JK”, disse o advogado Eliseu Soares, que foi ao 96º DP (Brooklin Novo) registrar a ocorrência. “A mensagem [da porta fechada] é a seguinte: é melhor não ter ninguém do que ter preto dentro. Essa é uma atitude que reforça o racismo no Brasil”, disse Douglas Belchior, militante da Uneafro e blogueiro do site de CartaCapital.
Em nota distribuída à imprensa, o shopping alegou que necessitava garantir a segurança dos seus clientes e lojistas. “O Shopping Center JK Iguatemi esclarece que respeita manifestações democráticas e pacíficas, mas o espaço físico e a operação de um shopping não são planejados para receber qualquer tipo de manifestação”.
Alguns funcionários, impedidos de entrar no shopping, ponderavam que o estabelecimento poderia ter lidado com a questão de outra forma. “Quando cheguei, estava com medo. Mas aí vi que o pessoal estava bem vestido”, diz a vendedora de roupas Débora Carvalho, 23 anos. “Não sabia que era contra o racismo”. Ela dizia que a sua maior preocupação era não conseguir cumprir suas metas de vendas. “Devíamos deixar entrar para eles comprarem, e me ajudarem a cumprir minha cota.”
Após serem impedidos de entrar no novo protesto, os manifestantes gritavam: “hoje não vai ter lucro” e cantavam músicas como “chega de apartheid, é o 'rolezinho' no shopping da cidade”. A frase “JK Racista” foi pichada na calçada em frente ao shopping e cartazes lembravam a morte de Douglas Rodrigues, estudante de 17 anos assassinado por um policial militar em outubro de 2013. Diante das portas cerradas, os militantes não tentaram forçar a entrada no shopping.
Os manifestantes propuseram baixar as bandeiras para entrar no estabelecimento, mas mesmo assim foram impedidos. Diante disso, parte deles foi à delegacia para registar um boletim de ocorrência contra o shopping, alegando os crimes de racismo e constrangimento ilegal. “O único que cometeu um crime aqui foi o dono do shopping JK”, disse o advogado Eliseu Soares, que foi ao 96º DP (Brooklin Novo) registrar a ocorrência. “A mensagem [da porta fechada] é a seguinte: é melhor não ter ninguém do que ter preto dentro. Essa é uma atitude que reforça o racismo no Brasil”, disse Douglas Belchior, militante da Uneafro e blogueiro do site de CartaCapital.
Em nota distribuída à imprensa, o shopping alegou que necessitava garantir a segurança dos seus clientes e lojistas. “O Shopping Center JK Iguatemi esclarece que respeita manifestações democráticas e pacíficas, mas o espaço físico e a operação de um shopping não são planejados para receber qualquer tipo de manifestação”.
Alguns funcionários, impedidos de entrar no shopping, ponderavam que o estabelecimento poderia ter lidado com a questão de outra forma. “Quando cheguei, estava com medo. Mas aí vi que o pessoal estava bem vestido”, diz a vendedora de roupas Débora Carvalho, 23 anos. “Não sabia que era contra o racismo”. Ela dizia que a sua maior preocupação era não conseguir cumprir suas metas de vendas. “Devíamos deixar entrar para eles comprarem, e me ajudarem a cumprir minha cota.”
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