As principais suspeitas contra Henrique Alves
Na Câmara desde 1971, deputado responde na Justiça por enriquecimento ilícito em ação de improbidade. Emendas direcionadas pelo peemedebista beneficiaram empresa de assessor de seu gabinete
José Cruz/ABr
Henrique Eduardo diz não ver problema em ter direcionado emenda que beneficiou empresa de seu assessor
Suspeitas contra favoritos constrangem o Congresso
Dólares no exterior
O processo é movido desde 2004 pelo MPF. Na ação, o peemedebista é acusado de manter ilegalmente milhões de dólares fora do país. Os autos correm sob segredo de Justiça na 16.ª Vara Federal em Brasília.Dólares no exterior
Em 2002, o deputado chegou a ter seu nome cogitado para ser vice do candidato a presidente José Serra (PSDB). Mas acabou preterido após a denúncia feita pela ex-mulher de que ele mantinha US$ 15 milhões no exterior.
Reportagem publicada pela revista Veja esta semana sustenta que o deputado repassa, todos os meses, R$ 8,3 mil de sua cota parlamentar para uma empresa registrada em nome de uma laranja, ligada a um ex-assessor de seu partido. O dinheiro é usado no aluguel de veículos, segundo a prestação de contas apresentada pelo deputado.
Assessor beneficiado
Ainda no domingo passado, a Folha de S. Paulo revelou que Henrique Eduardo Alves destinou emendas parlamentares que abasteceram uma empresa de um assessor de seu gabinete. Aluizio Dutra de Almeida, sócio da Bonacci Engenharia e Comércio Ltda, trabalhava com o atual líder do PMDB na Câmara desde 1998. Trabalhava, pois pediu demissão do cargo na última segunda-feira (14), em meio à repercussão da notícia.
Emenda de Henrique Eduardo abastece empresa de assessor
Pelo menos três prefeituras do Rio Grande do Norte contrataram a empresa do assessor do deputado nos últimos anos para executar obras bancadas pelas emendas parlamentares de Henrique Eduardo. Os prefeitos desses municípios também eram do PMDB. Aluizio é tesoureiro do partido no Rio Grande do Norte. O parlamentar é presidente do diretório estadual. A Controladoria-Geral da União (CGU) vê indícios de superfaturamento nos contratos do agora ex-assessor, estimados em R$ 6 milhões.
O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), comandado por indicados pelo peemedebista, pagou R$ 1,2 milhão à empresa do assessor.Pelo menos três prefeituras do Rio Grande do Norte contrataram a empresa do assessor do deputado nos últimos anos para executar obras bancadas pelas emendas parlamentares de Henrique Eduardo. Os prefeitos desses municípios também eram do PMDB. Aluizio é tesoureiro do partido no Rio Grande do Norte. O parlamentar é presidente do diretório estadual. A Controladoria-Geral da União (CGU) vê indícios de superfaturamento nos contratos do agora ex-assessor, estimados em R$ 6 milhões.
Bode
Mas Henrique diz não ver conflito de interesse no caso. “Ele não recebeu recursos públicos, quem recebeu foi a empresa da qual ele era cotista. Não vejo problema nisso, tanto que o mantive esse tempo todo (13 anos) como meu assessor. Mesmo assim, para evitar distorções e embaraços políticos, ele teve a lealdade de dizer que iria se exonerar. E eu dei a exoneração. Assunto resolvido”, afirmou o deputado na terça-feira.
Na edição de ontem (16), a mesma Folha de S. Paulo foi até o local indicado como sede da empreiteira em Natal. Encontrou uma casa simples, sem qualquer identificação de que ali funcionava uma construtora, “vigiada” por um bode branco. Segundo a reportagem, não havia funcionários nem sinal de que algo funcione no endereço oficial da empresa. Um dos sócios diz que a estrutura da sede é pequena porque a empresa terceiriza serviços.
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