sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

 

Juros altos não reduzem inflação nem garantem soberania sobre preços estratégicos

Publicado em 12/01/2023

Há conexão do vandalismo com a destruição do Estado Nacional

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2022 em 5,79%, bem acima da meta de 3,25%. Não fosse a maquiagem dos preços dos combustíveis, devido à redução do ICMS, certamente a inflação acumulada no governo Bolsonaro seria bem maior que os já elevados 26,93% registrados pelo IBGE. No mesmo período, a gasolina teve alta de 135%.

Em 2021, com paridade de preços de importação (PPI), mas sem a redução do ICMS, que tanto penalizou as administrações estaduais, o IPCA fechou ainda mais alto, em 10,06%.

Em 2022 a inflação foi puxada principalmente pelos alimentos e bebidas, que tiveram alta de 11,64%. Vale lembrar a influência do frete e dos fertilizantes na composição do preço dos alimentos.

Tal formação dos índices ajuda a mostrar que de nada adianta aumentar juros para conter uma inflação que é de custos, com preços de insumos importantes atrelados a moeda estrangeira e influência geopolítica que não podemos controlar.

Fica evidente que, assim como o petróleo, devido à sua importância estratégica, está longe de ser uma mera commodity, o preço dos combustíveis não pode ser definido ao sabor do mercado devido a seu impacto nos diversos elos da cadeia produtiva, a começar pelo transporte de alimentos, os atuais vilões da inflação. Neste segmento, de enorme importância sobretudo em um país que voltou ao mapa da fome, também os preços dos fertilizantes são componente estratégico para a soberania alimentar, bem como o custo da energia para a economia em geral.

Faz-se necessária atuação e regulação estatal para que preços chave da economia se mantenham competitivos. A Petrobrás tem essa missão em sua história, sua razão de ser. Isto explica porque aqueles que a querem ver apénas como uma empresa privada pagadora de dividendos e não se preocupam com a exposição do Brasil ao subdesenvolvimento estão sempre ávidos por entregar refinarias e a produção de fertilizantes a monopólios privados e empresas estrangeiras, bem como os demais segmentos que que impedem a Petrobrás de ser empresa integrada de petróleo e energia.

Terrorismo e refinarias

Diante de tais evidências e no contexto das ações terroristas ocorridas no último final de semana, não se deve desprezar os alertas das federações de petroleiros (clique aqui para ler), que clamam por mais segurança nas unidades produtoras da Petrobrás. Há, efetivamente, a conexão do vandalismo com a destruição do Estado Nacional e quem disso aproveita são as finanças apátridas que promovem as privatizações para seu enriquecimento, para permanente concentração de renda.

Os ataques, anunciados pelos terroristas bolsonaristas em suas redes sociais, teriam por objetivo impedir o fornecimento de combustíveis à população. Um dos primeiros alvos anunciados pelos vândalos seria a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro (RJ).

Os agentes da destruição e do caos sabem da importância da Petrobrás e por isso, se não podem entregar diretamente os ativos da empresa, procuram instalar o caos a qualquer custo. Para tais ações não pode haver anistia.

Energizando
* Para o cientista político e professor da UFF Daniel Aarão Reis, a aventura insurrecional desastrada do último dia 8 isolou a extrema-direita do conjunto da direita. Entretanto, Reis disse à jornalista Raquel Miura que esta situação é provisória e instável. "Só se consolidará se houver uma ação institucional firme do governo e, principalmente, se movimentos sociais, nas ruas, se dispuserem a defender a democracia".

** Segundo o jornalista Pepe Escobar, o golpe fracassado no Brasil é o último feito da CIA no momento em que o país forja laços mais fortes com o oriente. Na coluna publicada no site resistir.info, Escobar afirma que o establishment dos EUA "não permitirá que o Brasil, a economia BRICS com o melhor potencial a seguir à China, esteja de volta aos negócios com toda a força e em sincronia com a parceria estratégica Rússia-China". Clique aqui para ler

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