segunda-feira, 28 de março de 2016

Crise

Após contestar Moro, Teori Zavascki é hostilizado

Manifestantes foram até o prédio onde mora a família do ministro, em Porto Alegre, e o chamaram de "traidor"
por Redação — publicado 23/03/2016 13h51, última modificação 23/03/2016 13h51

Reprodução/Facebook
Faixa
Faixa colocada no prédio onde mora a família Zavascki, em Porto Alegre
Depois de decidir que a investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato deve ser enviada, pelo juiz Sergio Moro, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki foi hostilizado por manifestantes contrários ao PT e à presidenta Dilma Rousseff.
Na noite da terça-feira 22, o grupo foi até a rua onde mora a família de Zavascki, em Porto Alegre, e pendurou faixas onde se lia “Teori traidor” e “deixa o Moro trabalhar” no portão do prédio.
Com bandeiras, tambores e instrumentos de sopro, os integrantes da autointitulada La Banda Loka Liberal também gritavam palavras de ordem contra o ministro. Em maio do ano passado, esse grupo hostilizou um leitor de CartaCapital durante um voo de Porto Alegre para Brasília.
Um dos responsáveis pela disseminação de mensagens de ódio contra Zavascki nas redes sociais é o cantor Lobão. Em sua conta no Twitter, o músico chegou a retuitar um post da conta “Br45il No Corrupt” (uma referência ao número de legenda do PSDB, 45) que informava o endereço e o telefone do filho do ministro em Porto Alegre. A página no Facebook do grupo Revoltados Online, um dos que convoca manifestações contra Dilma, também difunde ódio contra Teori nas redes, chamando-o de "vendido".
Decisão
Na noite de terça-feira, o ministro Zavascki, que é responsável pela Operação Lava Jato no Supremo, atendeu a um pedido da Advocacia-geral da União (AGU) e determinou, com base em jurisprudência da corte, que a investigação envolvendo Lula seja enviada de volta à Corte. Na semana passada, o ministro Gilmar Mendes remeteu os autos do STF para o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde a Lava Jato teve origem.
A decisão não muda o status de Lula, que segue sem ser ministro, e pode alterar o tratamento que as conversas envolvendo o ex-presidente e pessoas com prerrogativa de foro, como a presidenta Dilma Rousseff e o ministro Jaques Wagner, terão diante da Justiça. 

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