Inflação ao produtor segue em queda mesmo com resultado
fiscal ruim em junho: O
Índice de Preços ao Produtor (IPP) apresentou deflação pelo quarto mês
consecutivo em junho, ao registrar variação negativa de 0,13% em relação ao mês
anterior. O IPP, que mede os preços dos produtos na porta de fábrica, sem
considerar impostos ou frete, é bastante influenciado pela redução no ritmo de
atividade e pela estabilização da taxa de câmbio em um patamar mais valorizado.
Com este resultado, o índice soma alta de 5,04% em 12 meses e apenas 0,93% no
ano de 2014, o que comprova a desaceleração da inflação ao longo do ano. Os
resultados positivos da inflação nos meses recentes contrastaram com os
resultados fiscais negativos, sendo que junho registrou novo déficit primário,
dessa vez no montante de R$ 1,9 bilhão, o que levou o acumulado do superávit
primário no ano para R$ 17,237 bilhões, apenas 21% do previsto para o ano todo.
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, manteve a esperança no cumprimento da
meta fiscal do governo ao afirmar que espera uma dinâmica melhor das contas
públicas no segundo semestre, seja devido à retomada do crescimento econômico
(afetado em junho e julho pelos feriados da Copa), seja pela entrada de receitas
extraordinárias nos cofres públicos.
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Comentário: A
piora do resultado fiscal e a queda da inflação partilham de um elemento comum:
a redução no ritmo de crescimento da atividade verificada no Brasil no primeiro
semestre de 2014. Tal desaceleração, ao mesmo tempo em que impede a alta mais
acentuada de várias modalidades de produtos, também contribui para a queda no
ritmo de crescimento da arrecadação pública, o que resulta em resultados fiscais
menores dada a rigidez no ritmo de crescimento de gastos da administração
pública. A retomada do crescimento, por sua vez, só ocorrerá quando as
expectativas negativas acerca da economia brasileira se reverterem, seja devido
ao fim do período eleitoral, seja através da gradual redução da inflação (já em
curso) aliada a uma recuperação da economia internacional. Enquanto isso, o
esforço do governo deverá ser no sentido de limitar ao máximo o ritmo de
crescimento dos gastos públicos ao mesmo tempo em que busca novas fontes de
receitas, como é o exemplo do Refis (que será aberto novamente em 2014 para o
pagamento de impostos atrasados das empresas nacionais) ou as receitas oriundas
dos leilões de concessões públicas, como por exemplo a implementação da
tecnologia 4G no
país. |
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