Brasil quer evitar menção negativa a biocombustíveis no IPCC
Brasil quer evitar menção negativa
a biocombustíveis no IPCC
O governo brasileiro quer evitar
menções negativas à produção de biocombustíveis na segunda parte do relatório do IPCC, cujo Sumário para Formuladores de Políticas” será
discutido ao longo desta semana por cientistas e políticos
em Yokohama, Japão.
A reportagem foi publicada pelo
jornal O Estado de São Paulo, 24-03-2014.
No texto do rascunho do sumário que
vazou na Internet há algus meses, os cientistas comentam, com alto grau de
confiança, que “o aumento do cultivo de culturas de bioenergia pode representar
riscos para os ecossistemas e a biodiversidade, embora as contribuições da energia de
biomassa para a mitigação possam reduzir os riscos relacionados com o
clima”.
O alerta é feito em um tópico que
discute ferramentas que podem tanto funcionar para a mitigação dos
gases deefeito estufa quanto para a adaptação. De acordo com o painel
de cientistas, ainda faltam maneiras de gerir melhor essas ferramentas.
Para o governo brasileiro, o tom
negativo é talvez o ponto mais delicado do novo relatório, que em geral foi
visto como um texto bom, que visa reduzir conflitos. “Nosso País tem potencial
econômico para os biocombustíveis e aqui não há competição com alimentos”, disse
ao Estado Mariana Egler, analista ambiental do Ministério do Meio
Ambiente.
Para José Domingos Gonzalez
Miguez, também do MMA, trata-se de um problema local da Europa
— Alemanha e Holanda estão enfrentando problemas com o plantio de
óleo de canola –, o que não refletiria a situação do Brasil. “Não dá para
colocar uma questão local como global. Cana ocupa 7% da área cultivável no
Brasil. Não existe esse risco”, diz. “Mas se isso ficar no relatório pode passar
uma mensagem de que estamos fazendo alguma coisa errada, quando não
estamos.”
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/529601-brasil-quer-evitar-mencao-negativa-a-biocombustiveis-no-ipcc
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