1 em cada 5 professores de 6° a 9° ano não fez curso superior
Cristiane
Capuchinho
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
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Alex Almeida/Folhapress
Em 2013, 21,5% dos professores brasileiros que davam aulas nos
anos finais do ensino fundamental (6° ao 9° ano) não fizeram ensino superior.
Dos profissionais em sala de aula nessa fase de ensino, 35,4% não são
habilitados para dar aula --ou seja, não fizeram licenciatura. Os dados são do
Censo Escolar e foram compilados pela ONG Todos pela Educação.
No ensino médio, 22,1% dos professores brasileiros não fizeram
licenciatura. São administradores, advogados ou profissionais com alguma
formação de ensino superior que estão na escola dando aulas de física, química,
matemática e educação física, entre outras.
De acordo com a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, todos os docentes de ensino fundamental
e médio deveriam ter diploma de ensino superior em pedagogia ou uma licenciatura
para estar em sala de aula. No entanto, o Brasil ainda não conseguiu superar o
déficit de formação do professorado.
"Não temos professores formados em quantidade suficiente em
várias áreas, principalmente em física, química, artes. Os cursos se concentram
nas grandes cidades, embora, os cursos superiores de educação a distância
estejam contribuindo com a formação de professores em cidades do interior",
aponta Bertha do Valle, pesquisadora da Uerj (Universidade do Estado do Rio de
Janeiro).
A dificuldade em encontrar professores com formação adequada é
um misto entre falta de profissionais nos lugares em que são necessários, baixa
atratividade da profissão e dificuldades dos professores nas salas de aulas se
especializarem.
Apesar da criação de programas de incentivo à formação dos
professores, como cursos de licenciatura a distância da UAB (Universidade Aberta
do Brasil) ou bolsas de curso superior específicas para quem quer se tornar
professor, especialistas consideram que ainda falta uma política coordenada.
"Existe o curso, mas o professor que está em sala não é
liberado de suas aulas para fazer a licenciatura. Ele tem que se desdobrar e nem
sempre consegue fazer os dois, sobretudo em municípios mais afastados", destaca
Bernadete Gatti, que pesquisa a formação docente na Fundação Carlos Chagas.
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