No nordeste, o sistema de produção de
leite ainda enfrenta uma situação de não-sustentabilidade, principalmente por
causa da dependência que os agricultores tem da aquisição de insumos externos
como ração para o gado no período seco. A importância da pecuária leiteira no
Semiárido brasileiro não á apenas econômica. O desenvolvimento da atividade,
basicamente, no segmento da agricultura familiar reforçam o seu papel na
segurança alimentar e na melhoria da qualidade de vida para os
agricultores.
Com a finalidade de melhorar a
produção de leite no Semiárido a Embrapa Semiárido, em Petrolina, Pernambuco,
recomenda a implantação de sistemas agrosilvipastoris nas propriedades rurais.
“É possível diminuir a necessidade da ração externa, principalmente do farelo de
soja, implantando na propriedade sistemas agrosilvipastoris que têm na sua
estrutura, por exemplo, a gliricídia, rica em proteína”, destaca a pesquisadora
Cristiane Otto de Sá. Ela explica que este sistema busca trabalhar tanto a
agricultura, quanto à pecuária e a floresta em uma mesma área. “Nessa região,
plantamos as árvores de gliricídia, em fileiras, e, entre elas, as culturas
normalmente utilizadas no Semiárido, como o milho e o feijão”.
Desta forma, é possível obter maior
produtividade do milho, pois tanto as folhas quanto as raízes da gliricídia
oferecem nitrogênio para a cultura anual, diminuindo a necessidade de adubo
externo. “Além disso, a gliricídia pode ser usada para os animais na forma de
pastejo direto. O produtor também pode utilizar as folhas na forma de silagem ou
de feno para a alimentação dos animais. No caso do milho, você produz os grãos
para a agricultura”, exemplifica.
Segundo a pesquisadora, outra
utilidade da gliricídia é o fornecimento das estacas que podem ser utilizadas
como cerca viva, diminuindo a necessidade de um desmatamento da
Caatinga.(Nordeste Rural).
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