sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Líder do PT no Senado vai responder no Supremo por homicídio
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Aliny Gama
Do UOL, em Maceió
  • Elza Fiúza/ABr
    Senador Wellington Dias (PT-PI) durante discurso Senador Wellington Dias (PT-PI) durante discurso
O senador Wellington Dias (PT-PI), líder do PT no Senado Federal, vai responder no STF (Supremo Tribunal Federal) por homicídio culposo (sem intenção de matar) e prevaricação pela morte de 24 pessoas depois do rompimento da barragem de Algodões, no Piauí, em 2009. A ação foi movida pelo MPE (Ministério Público Estadual).
Na ocasião, Dias era governador. Segundo dados da Avaba (Associação das Vítimas e Amigos das Vítimas da Catástrofe pelo Rompimento da Barragem de Algodões), o rompimento da barragem destruiu 610 casas no município de Cocal (300 km de Teresina) e 428 em Buriti dos Lopes (322 km de Teresina).
Também são réus na ação penal, a ex-presidente da Emgerpi (Empresa de Gestão de Recursos do Piauí) Lucile de Souza Moura e o engenheiro Luiz Hernani de Carvalho.
O caso chegou ao Supremo depois de o atual senador assumir seu mandato, em dezembro de 2010.

Tramitação eleitoreira

O UOL entrou em contato com o senador Wellington Dias, mas o telefone celular dele estava desligado. A reportagem também tentou localizar Lucile de Souza Moura e Luiz Hernani de Carvalho, mas não obteve sucesso.
Em entrevista ao portal de internet "180 graus", nesta sexta-feira (7), Dias afirmou que a ação é uma manobra eleitoreira. Ele é pré-candidato ao governo do Piauí.
"Esta é a terceira vez que falam em processo deste caso e curiosamente no período eleitoral. Na verdade, este processo é da 1ª instância da época em que eu deixei o cargo de governador e me candidatei ao Senado. Quando eu me elegi, o processo teria que subir para o Supremo. Porém, eles cozinharam o galo até agora e só neste momento voltam a tramitar. O que lamento é que usem este fato como algo eleitoreiro", disse Dias, em entrevista ao portal 180 Graus.
Apesar de a ação constar a morte de nove pessoas, Dias falou em oito vítimas fatais do caso de Algodões. "Acusam-me de ser o responsável pela morte de oito pessoas. Tudo uso eleitoral do caso", disse.

Causas

Após a tragédia, o Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) do Piauí que o rompimento da barragem ocorreu por falhas no projeto e "ausência do poder público nas atividades de gerenciamento, manutenção e conservação da obra", pois o "projeto da revisão do sangradouro não foi implementado".
O relatório técnico do Crea apontou ainda que "a instabilidade da encosta" na barragem foi constatada desde março de 1997, 12 anos antes do rompimento do paredão da barragem.

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