domingo, 23 de fevereiro de 2014

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Segundo ato contra a Copa em SP tem 120 detidos

De acordo com a PM, mil pessoas se reuniram na praça da República para a manifestação deste sábado 22. Cinco jornalistas foram presos
por Mariana Melo — publicado 22/02/2014 22:33, última modificação 22/02/2014 22:54
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Mariana Melo
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Manifestantes reclamam de falta de investimento em setores como educação
Aproximadamente mil pessoas, de acordo com a PM, se reuniram na Praça da República neste sábado 22, para o protesto, que começou por volta das 18h. Na página do evento no Facebook, “Segundo ato contra a Copa”, 13 mil pessoas haviam confirmado presença. Estava marcado para hoje a estreia da “Tropa do Braço”, constituída de  policiais que utilizariam táticas de jiu-jitsu para conter os manifestantes. O primeiro ato contra a Copa foi realizado 25 de janeiro e teve 128 detidos em São Paulo.
No início, os manifestantes eram, principalmente, de coletivos, movimentos sociais e diretórios acadêmicos de universidades públicas, além da juventude do PSOL e do PSTU. Os cartazes traziam dizeres como “Sem direitos, sem copa” e “Não vai ter copa”, em português e inglês, além de demandas como mais verba para saúde e educação e estatização das universidades privadas e do transporte. Apesar da pluralidade das pautas nesse protesto, não havia o perfil “indignado” ou mesmo o grito “sem partido”, comum nos últimos protestos de junho de 2013.
Segundo a estudante Fernanda Silva, 24 anos, do diretório acadêmico de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, os protestos contrários à Copa são uma continuação do que aconteceu em junho de 2013. “A indignação é com o mau gasto da verba pública.” diz. Rosemeire da Silva, 42 anos, do Fórum Popular da Saúde do Estado de São Paulo, também apontou como principal reivindicação o desvio de prioridade do governo federal. “Nós não somos contra a Copa. O que a gente quer é chamar atenção para a falta de saúde, educação e moradia. Não é contra a Copa, é contra a Fifa e o dinheiro que está sendo mau empregado.”
Repressão. O que mais chama atenção de Luiz Belizer, 72 anos, também do Fórum Popular da Saúde, é que a ação da polícia pouco mudou desde os tempos do regime militar. Preso político em 1969, Belizer diz reconhecer na PM as ações da polícia da ditadura. “A demanda aqui é, também, pela democratização da polícia”, afirma.
Na sexta-feira 21, manifestantes presos no protesto de 25 de janeiro foram intimados a comparecer para prestar depoimento neste sábado, às 16 horas. Alguns viram na intimação uma manobra para tentar retirar e inibir manifestantes do protesto deste sábado.

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