Partido dos militares quer lançar Joaquim Barbosa à Presidência
Próximo da data
limite para o registro, o Partido Militar Brasileiro corre contra o tempo para
validar sua legenda. Objetivo é ser o autêntico partido de direita do País
por Paloma Rodrigues e Ricardo Rossetto — publicado 25/09/2013 04:57, última modificação 26/09/2013 14:55
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Próximo da data limite para o registro da criação de partidos,
o Partido Militar Brasileiro (PMB) corre contra o tempo para que a legenda seja
regulamentada e possa concorrer nas próximas eleições. De acordo com as regras
do Tribunal Superior Eleitoral, os partidos que quiserem lançar candidatos devem
validar, até o dia 5 de outubro, as 492 mil assinaturas necessárias para a
formalização de uma nova sigla. Caso consigam, a direção do partido pretende
lançar o ministro Joaquim Barbosa como candidato à presidência.
Com o prazo apertado, o PMB deve simular a estratégia que a
ex-ministra e possível candidata à presidência Marina Silva adotou com a sua
Rede Sustentabilidade. Na ocasião, Marina pediu ao TSE uma tutela antecipada com
relação ao encaminhamento das fichas de forma a mostrar que houve lentidão no
processo de validação nos cartórios estaduais. Desde a redemocratização, em
1988, seria o 32º partido a ser criado no Brasil.
Apesar da pressa, o presidente de honra Capitão Augusto Rosa
acredita que é bastante provável que as primeiras eleições do partido sejam em
2016, com votação para prefeitos e vereadores, mas mantém planos para uma
possível disputa em 2014. “Acredito que para nós não haverá tempo
hábil, então nós vamos apoiar algum candidato. Mas a Marina Silva pediu uma
tutela antecipada ao TSE com relação ao encaminhamento de fichas. Se ela
conseguir isso, nós também vamos pedir a tutela antecipada e lançar um
candidato”.
O ministro do STF foi uma escolha praticamente unânime dentro
das eleições internas do partido. A formalização do convite ainda não foi feita,
mas o Capitão Augusto explica que já tem o discurso pronto para convidá-lo. “Eu
tenho dúvida sobre se ele aceitaria, mas tenho esperança. Acho que ele já fez
muito no Judiciário e é uma pessoa com ideiais. Tenho certeza que tem muito a
oferecer no campo político”, completa.
Apesar da inclinação da maioria pelo ministro, existem
oposições dentro do partido. O policial militar reformado Antonio Claudio
Ventura, terceiro-secretário nacional. “Há dois anos, o partido queria o Eike
Batista. Ele era um santo e agora olha o que acontece”. Ele diz acreditar que o
futuro do partido é brilhante, desde que ele se abra verdadeiramente para a
participação de civis.
O Partido Militar Brasileiro surge, segundo seu estatuto, para
suprir a “‘necessidade" de a sociedade brasileira resgatar a ética, a moral e a
honestidade na política nacional”, valores cultuados pelos militares.
Os pilares do futuro partido - que espera carregar a legenda
99, para mostrar o quanto são o “ponto extremo do outro lado”, o verdadeiro
representante da direita no Brasil - são a segurança pública e a soberania
nacional.
O objetivo é propor um plano mais rígido para o controle da
criminalidade. Dentre as propostas estão o porte de arma para "o
cidadão de bem", a redução da maioridade penal, o adicional noturno para
militares e um firme posicionamento contra a legalização das drogas.
“Em 2002, quando eu fui candidato a deputado federal pela
primeira vez, eu fiquei interessado em seis partidos, mas eu percebi que a
conduta deles não era condizente com seus estatutos”, diz Capitão Augusto. “Até
em relação às coligações, com partido de direita se ligando aos partidos de
esquerda.” Naquele ano, ele se candidatou a deputado federal pelo Partido
Socialista Brasileiro (PSB) e agora está em seu terceiro
mandado.
"Eu defendo a seguinte forma: a esquerda dá o peixe e a direita
ensina a pescar”. Ele afirma reconhecer os avanços do País com relação à fome e
à pobreza, mas diz não aprovar “essa iniciativa da esquerda de um
assistencialismo exacerbado”. Segundo ele, o melhor futuro para o Brasil é com o
“Estado mais ausente da vida do cidadão”.
A questão do nome levantou polêmica, em uma alusão ao período
em que o País foi comandado pelos militares, entre 1964 e 1985. Segundo ele, a
formação agora é diferente e incentiva a participação de civis.
“A classe politica está totalmente desacreditada. As pessoas
perderam a confiança nos políticos e nos partidos políticos, mas as Forças
Armadas seguem como as mais admiradas pela sociedade civil”, diz o
Capitão.
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