BOLSONARO DE TORNOZELEIRA, TRUMP E 10 FATOS EXPLOSIVOS DA SEMANA

 

Jair Bolsonaro numa mesma semana foi obrigado a passar a usar tornozeleira eletrônica, foi proibido de se comunicar com o filho, deputado federal licenciado atualmente vivendo nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro, e teve a condenação por tentativa de golpe de Estado pedida pela Procuradoria Geral da República. Poucos tiveram uma semana tão pesada quanto a do ex-presidente, mas o Brasil inteiro sentiu sucessivos golpes que podem influenciar nos rumos políticos e econômicos de toda a nação. Os deputados aprovaram a PEC dos precatórios e o PL da devastação enquanto assistiram o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar a decisão deles sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o presidente Lula vetar o aumento de vagas para deputados federais. Tudo isso enquanto os Estados Unidos abriram investigação contra o Brasil para impor sanções extras além do tarifaço de 50% que passa a valer (se nada mudar até lá) daqui a 13 dias. Em pronunciamento à nação na noite desta quinta-feira (17), Lula chamou o tarifaço de chantagem e criticou “traidores da pátria” que apoiaram a decisão americana. Para navegar nessa verdadeira “semana de dois meses”, preparamos um guia com os 10 principais fatos para entender a conjuntura nacional e explicar como chegamos aqui. Leia abaixo o resumo dos tópicos:

1 - Bolsonaro vai ser preso? O ex-presidente terá que usar tornozeleira eletrônica e ficar dentro de casa à noite e nos fins de semana, sem poder postar nas redes sociais. Ele foi alvo de uma operação da PF nesta sexta por suspeita de obstrução de Justiça e coação no curso do processo que apura tentativa de golpe de Estado e ataque à soberania nacional.

2. Condenação à vista Na segunda, a PGR pediu a condenação de Bolsonaro e mais sete réus do principal núcleo da trama golpista que culminou no ataque do 8 de janeiro. Se condenado, Bolsonaro responderia a 43 anos de reclusão.

3. Ainda tem golpe Também na segunda-feira (14), o STF deu início às oitivas das testemunhas dos núcleos 2, 3 e 4 da tentativa de golpe de Estado relacionadas ao 8 de janeiro. Defesa e acusação seguem sendo ouvidas até 23 de julho, por videoconferência

4. Tarcísio x Bolsonaros Jair Bolsonaro ainda teve que lidar com a crise instaurada pela relação do filho Eduardo com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cobrado por mais engajamento na campanha pela anistia do ex-presidente após o tarifaço prometido pelos EUA ao Brasil.

5. Lei da reciprocidade Por falar em tarifaço, na terça, o governo publicou decreto regulamentando a Lei da Reciprocidade Econômica, que estabelece que o Brasil possa suspender concessões comerciais, acordos e obrigações referentes à propriedade intelectual para contra-atacar medidas impostas unilateralmente por outros países. Coincidência?

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6. Pix e 25 de março Na terça, Trump ordenou que os EUA abrissem uma investigação comercial contra o Brasil. O pix e até mesmo a 25 de março entraram na mira de Trump, que prometeu novas sanções ao país.

7. STF traz IOF de volta O STF restabeleceu o decreto presidencial que previa o aumento do IOF na quarta. A suspensão, aprovada no Congresso em 25 de junho, foi mantida apenas nas operações de risco sacado.

8. Sem aumento da Câmara Nesta quinta, o presidente Lula vetou integralmente o projeto de lei complementar 177/2023 que aumentaria as vagas para deputados federais de 513 para 531 por alegar que a medida seria inconstitucional e contrária ao interesse público.

9. PEC dos precatórios Na quarta, a PEC 66/2023 que retira do teto de gastos as dívidas do governo reconhecidas pela Justiça (precatórios) foi aprovada no Senado, um dia após passar também na Câmara. Ela passa a valer a partir de 2025. Ela abre espaço para R$ 34 bilhões no orçamento, mas críticos denunciam que ela pode até estimular calotes.

10. PL da devastação Na madrugada de quinta, a Câmara ignorou os apelos e aprovou o Projeto de Lei (PL) 2.159/2021, que altera o processo de licenciamento ambiental. Foram 267 votos a favor e 116 contra.

Desde os ataques de 8 de janeiro de 2023, a equipe da Pública vem acompanhado de perto todos os desdobramentos do caso que colocou no banco dos réus um ex-presidente da República e seu staff, incluindo dezenas de militares da ativa e da reserva, acusados de tentativa de golpe de estado, entre outros crimes. Temos uma seção de reportagem especial em nosso site com o passo a passo do que aconteceu desde o início. Você merece mais do que manchetes apressadas. Na Pública, a gente investiga com profundidade, conecta o que parece desconexo e mostra o que está por trás dos fatos que mudam o país. Se isso também é importante pra você, apoie o jornalismo que não desiste do Brasil.

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Um abraço, Thiago Domenici Diretor e Chefe de redação da Agência Pública em Brasília

Ed Wanderley Editor da Agência Pública em Brasília