sexta-feira, 4 de novembro de 2022

JUNTOS DERRUBAMOS BOLSONARO

 Olá!

Na segunda-feira após o primeiro turno das eleições, abri o Twitter e me deparei com uma publicação que traduzia bem o sentimento dos repórteres de nossa redação. A jornalista Vitória Bechara, da Veja, escreveu: “Mais um mês de campanha. Se você encontrar um jornalista na rua, dê um abraço nele ou pague um salgado”.

De fato, jornalistas tiveram muito trabalho neste último mês. Entre agosto e outubro, nós aqui publicamos mais que o dobro do que nos três meses anteriores. Nossas reportagens tiveram impactos reais. 

Na semana passada, provamos que Jackson Villar, apoiador de Jair Bolsonaro que administra grupos no Telegram a favor do presidente, estava incentivando os mais de 200 mil participantes a “quebrar esquerdistas no cacete” e “quebrar a urna eletrônica no pau”, entre outras coisas. Por conta da reportagem, Jackson fez ataques e ameaças ao nosso editor, Thiago Domenici e também à Pública. Recebemos um apoio imenso de organizações como Abraji, Ajor, Fenaj, Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Repórteres Sem Fronteiras, de diversos veículos e de muitos leitores e leitoras. 

No dia seguinte à publicação da reportagem, o Ministro Alexandre de Moraes obrigou o Telegram a apagar os grupos que havíamos denunciado. Nossa matéria, republicada no UOL, na Carta Capital e em outros veículos, foi responsável por desmobilizar uma rede imensa de desinformação às vésperas da eleição. Jackson e seu grupo estavam se preparando para contestar o resultado caso Lula fosse eleito. Tanto que ele passou a insuflar um golpe militar nos dias seguintes. "Intervenção militar, esse é nosso hino nacional agora", ele disse na segunda, 1 de novembro. Outros dois grupos foram derrubados na terça-feira pelo TSE. 

Graças ao nosso jornalismo, mais de 220 mil pessoas deixaram de receber conteúdos mentirosos.

E também graças a uma reportagem nossa o Ministério Público Federal abriu não um, mas dois procedimentos para investigar as várias irregularidades que nós denunciamos na campanha de Rosângela Moro, a esposa (ou conja) do ex-juiz paranaense Sérgio Moro, que foi eleita para deputada federal por São Paulo. Teve almoço sem registro oficial com empresários e potenciais eleitores numa churrascaria e atrasos de pagamento para fornecedores de gráfica, de marketing e da equipe de panfletagem nas ruas… E nós estávamos de olho.  

Em uma reportagem que publicamos no final de setembro, o Alto Comando do Exército dava o recado: não colocaria nem um tanque na rua para contestar o resultado da eleição. Dois dias depois, o Estadão publicou uma reportagem muito parecida, mas que ao contrário da nossa, foi contestada pelo Exército. O assunto se alastrou como fogo porque, como vemos hoje, muitos grupos bolsonaristas radicalizados sonham com um golpe militar. Mas o recado estava dado. E quem deu o furo foi a Pública.  

Nossa cobertura pautou as conversas na imprensa nacional e internacional. Tivemos matérias republicadas ou repercutidas em pelo menos nove países e mais de 20 veículos internacionais, inclusive na respeitada revista Foreign Policy, que é lida por diplomatas de todo o continente. 

Sim, trabalhamos muito. E nossas reportagens fizeram a diferença em um dos momentos mais importantes do país nos últimos anos. No domingo à tarde, enquanto o desespero tomava conta de quem via a PRF fazer operações à revelia da decisão de Alexandre de Moraes que as proibia, nossos repórteres arregaçaram as mangas: mostraram que a PRF se aproveitou de uma brecha na decisão de Moraes e também que foram parados cinco vezes mais ônibus no Nordeste do que no Sul. 

Nosso trabalho tem impacto. Mas, para manter nosso jornalismo relevante, precisamos de estrutura e de recursos. Sua ajuda é fundamental para isso. Se você considera que alguma das reportagens que fizemos te ajudou a entender o que estava acontecendo nesta eleição, junte-se a nós! Não precisa encontrar a gente na rua pra dar um abraço ou pagar um salgado

Nenhum comentário:

Postar um comentário