quinta-feira, 27 de junho de 2019

O POLIGLOTA MORO

Parece que Serginho só sabe inglês: “In Fux we trust”. E não poderia ser diferente, já que freqüenta com assiduidade as terras da Casa Grande, dando satisfações do que ocorre aqui na Senzala. Porém o que mais me impressiona é o VIM no lugar de VIR, já por duas vezes gravado e disponível na Internet. A primeira foi logo depois de falar “Conje”, ao dizer, dando um exemplo, que uma certa mulher poderia VIM a ser condenada. A segunda foi na sabatina no Senado, quando disse que poderia ter sido convocado mas preferiu VIM por livre e espontânea vontade. Ele fala com aquela voz de cana rachada, a boquinha apertada e franzindo o sobrecenho como se estivesse dizendo as maiores verdades do mundo.
È óbvio que os mesmos 2 ou 3 asnos vão dizer que alguém aqui é a favor da corrupção, contra a Lava-Jato e que o Sapo Barbudo é culpado. Só rindo.

Moro errou no latim e disse mentira literária
 24 de junho de 2019
POR SIRO DARLAN OLIVEIRA

O juiz Sérgio Moro, para zombar de suas conversações WhatsApp com o procurador Dallagnol, errou a lição de latim.
Disse uma mentira literária, ainda que desvendada só por um espírito bizantino e levemente inútil como o meu.
Um pouco de cultura como diz o juiz, cultura não aprendida na Internet ou em coletâneas de citações latinas publicadas por algum togado ou algum professor universitário gaiato que talvez nem conheça uma conjugação em latim.
Nos meus semestres de latim na Université de Perpignan, na França, frequentei um pouco lugares-comuns da Ars Poetica, de Horácio, no original, em exercícios de classe de latim. A citação de Moro não é “direto de Horácio”, é direto da Internet ou de algum livrinho de citação.
A lição, que faz autoridade, desse trecho de Horácio ostenta o futuro “parturient”, e não o presente “parturiunt” como escreve o curitibano.
Horácio responde à questão: “Quid dignum […] feret?”. O futuro se impõe para se coadunar com o futuro usado na pergunta.
A citação com “parturiunt” (presente) convive na Internet e em alguns autores com o que Horácio realmente escreveu, “parturient” (futuro), porque, fora de contexto, como uma citação extraída de seu espaço semântico-poético, usada enquanto referência isolada, aceita bem o presente.
Trata-se duma infidelidade para fins de citação. Pode-se fazer essa infidelidade. Como tantos outros professores, não a condeno, mas não se deve usar a ênfase arrogante, vaidosa e pseudoerudita: “direto de Horácio”.
Direto de Horácio é “Parturient montes, nascetur ridiculus mus”, e não “Parturiunt…”, versão adulterada por antologias de citações.

Livre de vírus. www.avast.com.

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