Memórias do Cárcere de Curitiba, por Luis Nassif
ter, 19/12/2017 - 16:19
Ilustrações do livro Memórias do Cárcere

De um ex-hóspede do presídio de Curitiba:
O
ex-deputado Eduardo Cunha chegou ao presídio com a certeza absoluta de
que seria solto. Depois, fez de tudo para que aceitassem sua delação.
Primeiro, mandou os advogados negociarem. Depois, tentou ele próprio. Em
vão
Cunha passa os dias ou lendo a Bíblia ou estudando seu processo. Conhece tudo, especialmente o processo civil.
Quando
o ex-Ministro Antonio Palocci foi transferido para as celas na Polícia
Federal, alguns dos presos garantiram que ele estava negociando a
delação. Cunha era o único que garantia que Palocci não deletaria,
porque, nas conversas com Cunha, ele tratava delatores como escória da
humanidade.
Cunha é um prisioneiro exemplar. Se dá com todo mundo, limpa banheiro, limpa sua cela, distribui comida aos colegas.
Ao
contrário do que escrevi em um dos Xadrezes, o ex-hóspede duvida que
Cunha mantenha influência no governo Temer. O mais provável é que Temer
tenha se aproveitado da sua prisão para se apossar do controle da
organização política.
Outro
que se dava bem com todos era Marcelo Odebrecht. Muito formal, tinha
uma compulsão por ginástica. Passava, em média, cerca de 8 horas por dia
em sua cela.
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