Lava Jato
Aécio Neves: 50 milhões em propinas
por Redação
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publicado
24/12/2017 09h14
O senador tucano teria recebido dinheiro da Odebrecht e da Andrade
Gutierrez em uma conta em Cingapura em troca da defesa dos interesses
das empresas
Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Aécio Neves, identificado como "Mineirinho" na lista da Odebrecht.
Pelo “apoio”, Aécio teria recebido 50 milhões de reais. A
Odebrecht, delataram os ex-executivos, pagou 30 milhões. A Andrade
Gutierrez, 20 milhões. Segundo a reportagem, os delatores apresentaram
comprovantes de depósitos em uma conta em Cingapura operada por um
laranja, cujo nome ainda não foi revelado. Henrique Valladares, um dos
delatores, afirmou que a conta está vinculada ao empresário Alexandre
Accioly, padrinho de um dos filhos do senador e um de seus mais próximos
amigos.
Valladares disse ainda ter orientado Dimas Toledo,
emissário de Aécio Neves, a depositar parte dos valores em uma outra
conta em Cingapura. Toledo foi presidente da estatal Furnas e é famoso
por ter produzido uma lista com o repasse de propinas a quase uma
centena de políticos. Os tucanos sempre insistiram que a “lista de Furnas” era uma fraude, mas perícias da Polícia Federal comprovaram que o documento não foi “montado ou rasurado”.
Interlocutores da Odebrecht informaram a procuradores e integrantes da Polícia Federal que a conta de Cingapura é da offshore
Embersy Services Limited, sediada nas Ilhas Marshall, país com pouco
mais de 60 mil habitantes, localizado no Oceano Pacífico. A empresa está
vinculada ao codinome “Mineirinho” no chamado departamento de propinas da Odebrecht.
Ainda segundo o jornal, executivos Andrade Gutierrez confirmaram as denúncias.
O senador afirmou que as acusações são falsas e absurdas.
Que jamais recebeu qualquer recurso ilícito e que as doações para
campanhas eleitorais dele jamais tiveram contrapartida.
Alexandre Accioly declarou que a Andrade Gutierrez é sócia
na holding que administra a rede de academias Bodytech. E que a
documentação apresentada pela Odebrecht vai provar que ele nunca foi
titular ou beneficiário de conta em Cingapura.
Dimas Toledo, por meio de advogados, afirmou jamais ter
intermediado recursos para Aécio Neves ou a pedido dele. E que não
orientou quem quer que seja a efetuar depósitos em favor de Alexandre
Accioly.
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