segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Protesto no Rio fecha avenida Rio Branco; uma pessoa foi presa

ADRIANO BARCELOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
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Atualizado às 21h40.
Manifestantes fecharam por 20 minutos a avenida Rio Branco, uma das mais importantes do centro do Rio, na noite desta segunda-feira (19).
A concentração ocorreu por volta das 17h na Cinelândia, onde fica a sede do Legislativo municipal --ocupada por manifestantes há 11 dias. O protesto, intitulado "Chega de incompetência. Acabou minha paciência", foi chamado pelo movimentos Ocupa Câmara Rio e Anonymous Rio e tem como pautas a abertura de uma CPI para investigar as relações da construtora Delta com o governo do Rio de Janeiro, outra para apurar irregularidades no uso de helicóptero pelo governador Sérgio Cabral (PMDB), além da desmilitarização da Polícia Militar e a renúncia do próprio governador, entre várias demandas dos manifestantes.
Bruno Poppe/Frame/Folhapress
Manifestantes saem da Cinelândia em direção à Alerj, onde houve confronto com a polícia
Manifestantes saem da Cinelândia em direção à Alerj, onde houve confronto com a polícia
Um manifestante foi preso quando o grupo que saíra da Cinelândia, onde fica a Câmara dos Vereadores, se aproximava da Assembleia Legislativa. Ele foi acusado pelos policiais de ter atirado uma pedra e quebrado a vidraça de uma agência bancária na rua da Assembleia.
Houve um início de confronto entre policiais e manifestantes, que tentavam impedir a prisão. O grupo, que pretendia mais uma vez caminhar em direção ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, mudou seu trajeto e agora está em frente à 5ª Delegacia de Polícia, no centro, para onde foi levado o detido.
INSATISFAÇÃO
Atos que exigem a renúncia do governador Sérgio Cabral (PMDB), opção descartada pelo político, têm se tornado rotineiros no Rio. Devido às pressões, o peemedebista desistiu de utilizar diariamente um helicóptero do Estado para percorrer os menos de menos de 10 quilômetros que separam sua casa do Palácio Guanabara, ambos na zona sul da capital fluminense.
A Folha revelou que o gasto anual com operações aéreas da Subsecretaria Militar, responsável pela frota que atende as autoridades estaduais, é de R$ 9,5 milhões, incluindo combustível, seguro e aula para pilotos. Sete helicópteros atendiam ao governador, vice, secretários e presidentes de autarquias estaduais.
'Foi um erro administrativo', diz Cabral sobre passeio pago pelo Estado
Em junho, o procurador-geral de Justiça do Rio, Marfan Martins Vieira, instaurou procedimento para "[apurar o uso]" dos helicópteros. De acordo com a revista "Veja", as aeronaves transportaram os filhos de Cabral, babás e até o cachorro da família, Juquinha. Também foram usadas, segundo a reportagem, por empregados pessoais do governador em viagem à casa de veraneio do político.
CÂMARA DO RIO
A Câmara Municipal do Rio de Janeiro também tem sido alvo de protestos desde o dia 9, quando dois peemedebistas --Chiquinho Brazão e Professor Uóston, colegas de partido do prefeito do Rio, Eduardo Paes-- foram escolhidos para comandar a CPI do Ônibus, que irá investigar a concessão das linhas de ônibus municipais do Rio. Brazão e Uóston foram escolhidos, respectivamente, como presidente e relator da CPI.
O Eliomar Coelho (PSOL), autor do requerimento para a criação da comissão, é o único membro da CPI que assinou o pedido. A expectativa de quem acompanhava a sessão era que ele fosse escolhido para conduzir os trabalhos de investigação.
Vereadores do PMDB são hostilizados com tapas e ovos na saída da Câmara do Rio
A instalação da CPI era uma das reivindicações dos manifestantes que, desde junho, saem às ruas no Rio. Os vereadores que apoiam o prefeito Eduardo Paes (PMDB) --40 dos 51 que compõe a Casa-- resistiam a assinar o pedido, mas parte acabou cedendo devido à pressão popular.
Um grupo de 50 manifestantes ocupou o interior do prédio na sexta-feira e ao menos nove pessoas permanecem acampadas no plenário da Casa na praça da Cinelândia, no centro do Rio. A sessão de quinta teve que ser cancelada devido à pressão daqueles que participavam do protesto e cercavam a Casa.
AMARILDO
Os manifestantes que vão às ruas no Rio e em São Paulo frequentemente exigem saber o que aconteceu com Amarildo Dias de Souza. O ajudante de pedreiro e morador da comunidade da Rocinha desapareceu em 14 de julho, no Rio. Amarildo foi visto pela última vez sendo levado por recrutas da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) à sede da unidade, no alto da favela. As câmeras de segurança localizadas diante da sede da UPP estavam queimadas no dia em que o assistente de pedreiro foi levado. A família de Amarildo diz acreditar que ele está morto.

Protestos no Rio de Janeiro

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Fábio Brisolla/Folhapress
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