Reforma trabalhista: direitos não podem ser negociados!
CTB: Temer quer restaurar as propostas de FHC
publicado
23/12/2016

Do portal Vermelho:
Proposta do governo Temer afronta o Direito do Trabalho
A CTB emitiu nesta quarta-feira (22) uma nota para denunciar o desmonte das leis trabalhistas proposto por Michel Temer. Os sindicalistas convocam a população para “a mais ampla mobilização popular em defesa dos direitos sociais, da democracia e da soberania nacional”.
Leia a nota na íntegra:
A CTB emitiu nesta quarta-feira (22) uma nota para denunciar o desmonte das leis trabalhistas proposto por Michel Temer. Os sindicalistas convocam a população para “a mais ampla mobilização popular em defesa dos direitos sociais, da democracia e da soberania nacional”.
Leia a nota na íntegra:
Proposta do governo afronta o Direito do Trabalho
O governo Temer mente ao afirmar que seu
projeto de mudança na legislação trabalhista concilia os interesses de
patrões e empregados, foi amplamente debatido com representantes da
sociedade e conta com o apoio de todas as centrais sindicais
brasileiras. A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
vem a público manifestar sua firme oposição às propostas em questão e
expor os fundamentos de tal posição.
Na proposta, que não foi debatida nem
nunca contou com o apoio da CTB, o governo biônico introduz o princípio
da prevalência do negociado sobre o legislado. Procura restaurar, com
isto, o projeto de reforma trabalhista do governo FHC, arquivado em 2003
pelo ex-presidente Lula. Trata-se de uma séria ameaça contra direitos
trabalhistas fundamentais, conquistados ao longo de séculos de luta,
como a restrição da jornada de trabalho diária a 8 horas e férias de 30
dias, entre outros.
Um dos objetivos declarados é permitir o
alongamento da jornada a 12 horas diárias. Outro é o fatiamento das
férias ao longo do ano, duas medidas que pretendem adequar o tempo de
trabalho e de vida do empregado às flutuações cíclicas da produção
capitalista, em prejuízo do tempo livre dos trabalhadores e
trabalhadoras. Em perspectiva veremos o domínio da lei da selva no
mercado de trabalho, onde o mais forte é e sempre foi o capital.
Ninguém, no movimento sindical, é contra
a livre negociação, muito menos novas conquistas dela decorrentes, que
nossa legislação trabalhista prevê e até estimula. O que a Lei proíbe é
que seja negociado a redução de direitos, coibindo acordos que ficam
abaixo, e à margem, das garantias previstas na CLT. É com esta restrição
que o patronato quer acabar para impor a Lei do Mercado sobre o Direito
do Trabalho. É disto que se trata.
A representação sindical por empresas
proposta pelo governo tampouco está em sintonia com os interesses da
classe trabalhadora e do sindicalismo classista. Abre brechas para a
intervenção patronal, negociações à margem dos sindicatos e está longe
de contribuir para a real organização independente por local de trabalho
que reclamamos com urgência.
Finalmente, a reforma proposta não deve
ser analisada isoladamente. Tem o mesmo caráter de classe da reforma
previdenciária e da PEC do fim do mundo. Integram, em conjunto com a
entrega do pré-sal e outras iniciativas do gênero, o projeto das classes
dominantes.
Servem aos interesses do sistema
financeiro e do empresariado em detrimento da classe trabalhadora, da
democracia e da nação brasileira. É um projeto de restauração neoliberal
que foi reiteradamente derrotado nas urnas, carece de respaldo e
legitimidade popular e provém de um governo biônico, sem voto, oriundo
de um golpe de Estado travestido de impeachment.
Propugnamos a mais ampla mobilização
popular em defesa dos direitos sociais, da democracia e da soberania
nacional. Vamos resistir e lutar com todas as forças para barrar o
retrocesso.
Fora Temer!
Eleições diretas já para a Presidência!
Adilson Araújo, presidente nacional da CTB
Nenhum comentário:
Postar um comentário