Representatividade
Só 8% acreditam que os novos eleitos farão as "mudanças necessárias"
Dos 29.632 entrevistados na Pesquisa Radar – Mudança Política, 41% elegem a economia como o setor mais preocupante
por Renato Meirelles — publicado 12/09/2014 03:36, última modificação 12/09/2014 04:08
Neste início de setembro, o Data Popular e o Instituto Ideia Inteligência assumiram essa missão, ao realizar a "Pesquisa Radar – Mudança Política". Três perguntas diretas, feitas via telefônica para 29.632 pessoas, distribuídas por 129 cidades brasileiras. Não se trata de uma pesquisa eleitoral, mas sim de uma pesquisa sobre o sentimento dos milhões de brasileiros sobre a política e o Brasil.
Pode-se deduzir, assim, que o pensamento do eleitor segue mergulhado em águas turvas de ceticismo. Essa descrença em resultados, no entanto, não se traduz em alienação do processo político. As pessoas têm opiniões. Questionadas sobre mudanças prioritárias, 41% elegem a economia, com ênfase no controle da inflação. Uma parcela de 34% aspira a melhorias nos serviços públicos. Para 25%, o mais importante é o combate à corrupção.
A turma dos mais velhos tem a maior parcela dos que elegem a economia como prioridade: 46%.
Há uma série de dados particularmente relevantes à compreensão do pensamento do eleitor. Emergem do cruzamento de duas categorias de perguntas formuladas pelos pesquisadores. Entre aqueles que priorizam o combate à corrupção, encontramos a maior fatia de pessoas que condicionam a mudança à troca de governantes: 46%. Neste grupo, verifica-se uma tendência mais acentuada de se personalizar a crítica ao universo político. Apenas 5% apontam como fundamental mudar exclusivamente a forma como se governa.
Paralelamente, entre aqueles que priorizam a economia, apenas 31% restringem a mudança à troca de governantes. Nesse coletivo, aliás, aparece a mais gorda fatia dos que acreditam ser necessário mudar exclusivamente a forma como se governa: 12%.
Nesse ambiente de desconexões, a eleição de outubro apontará a vitória de uns e a derrota de outros. É provável, entretanto, que permaneça extenso o abismo de comunicação entre votados e votantes.
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