terça-feira, 23 de setembro de 2014



Eleições 2014

Na Globo, Aécio é criticado por falta de projetos

Ausência de plano de governo foi chamado de "aberração" por Chico Pinheiro. "O senhor pede que eu acredite no senhor pela fé", disse Miriam Leitão
por Redação — publicado 23/09/2014 11:17, última modificação 23/09/2014 11:20
Reprodução
Aécio Neves
O candidato Aécio Neves (PSDB) em entrevista ao jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo
Botão Eleições 2014Em entrevista ao jornal Bom Dia Brasil nesta terça-feira, 23, o candidato à presidência Aécio Neves (PSDB) foi duramente criticado por não ter divulgado o plano de governo para o seu possível mandado no comando do País, menos de duas semanas antes das eleições. "Não apresentar o programa para que o eleitor possa discutir e debater, em uma sociedade democrática ou que se queira democrática, isso é uma aberração", afirmou o jornalista Chico Pinheiro. "Não há um tema sequer sobre o qual não tenhamos discutido amplamente", devolveu Aécio.
"O senhor está pedindo que eu acredite no senhor pela fé. Não tem um plano para apresentar", criticou Miriam Leitão.
O candidato afirmou que a proposta de seu governo é absolutamente clara, porque "aquilo que estamos propondo foi aquilo que nós praticamos ao longo de nossa vida". Sem confirmar a data exata da divulgação do plano de governo, Aécio garantiu que ele será entregue nos próximos dias, "no tempo correto", antes do dia 5 de outubro. "E não será um plano de governo feito a lápis, para que se passe a borracha em cima dele no momento em que se encontre um contencioso", disse, em referência às alterações que a candidata Marina Silva (PSB) realizou em seu plano de governo a respeito de suas propostas ligadas aos direitos LGBT.
A candidata Dilma Rousseff (PT) também não apresentou seu plano de governo.
Na economia, o ex-senador e ex-governador de Minas Gerais foi acusado de não explicitar como lidará com o baixo crescimento brasileiro. "Eu fui ousado: sinalizei quem será o ministro da Fazenda [Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e principal assessor econômico de Aécio] para apontar na direção de política fiscal absolutamente transparente, o oposto do que estamos vivendo." "Um nome não basta", rebateu a jornalista Miriam Leitão.
Em crítica ao governo, Aécio afirmou que o governo do PT "demonizou durante dez anos as PPPs, concessões, privatizações, quase que os considerando um crime de lesa pátria" e de se apoiar na crise internacional para justificar o baixo crescimento. A jornalista da Rede Globo rebateu novamente afirmando que a justificativa já foi utilizada pelo ex-presidente do PSDB Fernando Henrique Cardoso para explicar o seu baixo crescimento em seu segundo mandato - crescimento médio de 2% ao ano.
Aécio voltou a estabelecer a previsibilidade como um dos grandes pilares da sua gestão, além da reorganização das agências reguladoras e da diminuição da taxa de juros a longo prazo.
Fator previdenciário. Aécio negou ainda que tenha se comprometido com as forças sindicais a acabar com o fator previdenciário, criado no governo Fernando Henrique Cardoso. "Assumi o compromisso de discutirmos uma alternativa ao longo do tempo ao fator previdenciário". Aécio reconheceu que o fator previdenciário impacta nas aposentadorias dos trabalhadores. "A médio prazo é possível encontrar alternativas para substitui-lo por algo que impacte menos na renda do aposentado" e negou que esse discurso tenha fins eleitoreiros.

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