quinta-feira, 4 de setembro de 2014

INTERCÂMBIO

Técnicos de organizações da ASA Bahia vão a campo aprender com famílias agricultoras
Marlene Ferreira Costa - Comunicadora Popular
02/09/2014
A ASA Bahia realizou nos dias 19 a 22 de agosto, em Feira de Santana, um encontro de formação em convivência com o Semiárido com a presença de aproximadamente 60 técnicos de 24 entidades que atuam em várias regiões do estado.

Com o objetivo de construir coletivamente uma proposta de formação para convivência com o Semiárido, os participantes foram orientados a “beber” da experiência acumulada pelos agricultores e agricultoras ao longo da sua vivência. “Os agricultores e agricultoras são produtores e produtoras de conhecimento e não engolidores de informações”, destaca Naidson coordenador da ASA Bahia e representante do estado na Coordenação Executiva Nacional.

Divididos em três grupos, os participantes foram visitar as propriedades das famílias de Geovanio Silva, em Retirolândia, Abelmanto Carneiro e Eduardo Emídio, no município de Riachão do Jacuípe. Os anfitriões apresentaram aos visitantes suas práticas de convivência, as dificuldades enfrentadas e as estratégias desenvolvidas para superá-las.

Em todas as experiências, percebe-se claramente a posição política das famílias agricultoras, que assumem o protagonismo da sua história, valorizam a agricultura familiar e dela tiram seu sustento. A produção é totalmente agroecológica e tem como principal objetivo o consumo próprio.

Outro aspecto comum é o manejo dos animais apropriado às características da Caatinga. Isso garante a produção de alimentos para a criação mesmo em períodos de estiagem prolongada.

A partir dessas informações, os participantes trocaram experiências e sistematizaram o que ouviram e perceberam durante as visitas, construindo uma síntese coletiva acerca da convivência com o Semiárido já vivenciada na prática dessas famílias.

Dialogando com o grupo, Haroldo Schistek, diretor do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), ressaltou que dentro do mesmo Semiárido existem variações climáticas que devem ser consideradas nas práticas de convivência, por isso devemos ter o cuidado de não levar “receitas prontas”, considerando que nem tudo que se desenvolve em um determinado lugar será viável em outro. “O essencial para a convivência com o Semiárido é observar o que a natureza. Esse é o segredo” adverte Haroldo.

Ao final do encontro, o grupo assumiu como ação concreta, realizar por região ou microrregião, encontros de formação envolvendo os monitores(as) de Gerenciamento de Recursos Hídricos (GRH), Gestão de Água para Produção de Alimentos (Gapa) e Manejo de Sistema Simplificado de Água para Produção (Sisma) para ajustar metodologicamente as capacitações que a ASA promove junto às famílias agricultoras, considerando as aspectos construídos coletivamente nesse encontro.

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