Crise
Rússia proíbe importação de alimentos da Europa e EUA
Em resposta às sanções impostas pelos países ocidentais, o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, proibiu a importação de alimentos e ameaçou fechar o espaço aéreo do país
por AFP — publicado 07/08/2014 10:33
Justin Sullivan / AFP
Moscou também ameaçou fechar o espaço aéreo do país aos aviões que viajam entre a Europa e a Ásia pela Sibéria, a rota mais curta, em resposta às sanções.
A proibição afeta principalmente a carne bovina, suína e de frango, pescado, os laticínios, as verduras e frutas procedentes dos Estados Unidos, União Europeia, Austrália, Canadá e Noruega.
"Espero sinceramente que o pragmatismo econômico prevaleça sobre as estúpidas considerações políticas de nossos sócios, e que não pensem em isolar ou assustar a Rússia", completou o primeiro-ministro.
A lista completa de produtos submetidos ao embargo foi publicada no site do governo russo.
"Mesmo nestas condições estamos convencidos de que conseguiremos mudar a situação a nosso favor", disse Medvedev, que prometeu "impedir o aumento dos preços" e "liberar as posições de mercados para nossos próprios produtores".
Medvedev acrescentou que o país não deve desperdiçar a "oportunidade única de abrir e desenvolver a indústria destinada à substituição das importações".
Ameaça aos voos entre Europa e Ásia
Sobre a ameaça de fechar o espaço aéreo, Medvedev disse que esta seria uma "medida grave", considerada uma resposta à suspensão das atividades da companhia aérea de baixo custo russa Dobrolet, em consequência das sanções ocidentais.
O fechamento do espaço aéreo russo para os voos entre Europa e Ásia provocaria às companhias que utilizam a rota importantes gastos de combustível.
Mas também provocaria perdas para principal companhia aérea russa, a Aeroflot, que recebe a cada ano entre 250 e 300 milhões de dólares de indenizações pelos voos de trânsito.
"Evidentemente esta é uma medida grave. Temos que refletir", disse o primeiro-ministro russo.
O fechamento do espaço aéreo afetaria consideravelmente as empresas europeias, em particular Lufthansa, British Airways, Air France e Finnair, que operam muitos voos de longo percurso para a Ásia.
O Bank of America Merrill Lynch calculou esta semana em 30.000 dólares por voo o custo de utilizar outros itinerários.
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