sábado, 22 de novembro de 2025

 

Bolsonaro cavou prisão na Papuda

"Antes de ser tratado como ex-presidente, Bolsonaro precisa ser classificado como de fato é: um gângster perigoso"

Jair Bolsonaro, escurecido na foto - 30/07/2021
Jair Bolsonaro, escurecido na foto - 30/07/2021 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Os gângsteres Bolsonaro prepararam mais um plano de fuga do chefe do clã, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão.

Conforme decisão do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro passou da prisão domiciliar para a preventiva depois que o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou ao STF “a ocorrência de violação do equipamento de monitoramento eletrônico do réu JAIR MESSIAS BOLSONARO, às 0h08min do dia 22/11/2025. A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho” Flávio Bolsonaro.

De acordo com a área de inteligência da Polícia Federal, a aglomeração convocada pelo filho do condenado tem a “finalidade de obstruir a fiscalização das medidas cautelares e da prisão domiciliar”.

“Embora a convocação de manifestantes esteja disfarçada de ‘vigília’ para a saúde do réu JAIR MESSIAS BOLSONARO, a conduta indica a repetição do modus operandi da organização criminosa liderada pelo referido réu, no sentido da utilização de manifestações populares criminosas, com o objetivo de conseguir vantagens pessoais”, descreveu Moraes.

No caso concreto, a principal vantagem pessoal de Bolsonaro seria a fuga para a embaixada dos EUA, “em uma distância que pode ser percorrida em cerca de 15 (quinze) minutos de carro”.

Moraes justificou que “a repetição do modus operandi da convocação de apoiadores, com o objetivo de causar tumulto para a efetivação de interesses pessoais criminosos; a possibilidade de tentativa de fuga para alguma das embaixadas próxima à residência do réu; e a reiterada conduta de evasão do território nacional praticada por corréu [Ramagem], aliada política [Zambelli] e familiar [Eduardo] evidenciam o elevado risco de fuga de JAIR MESSIAS BOLSONARO”.

Com a tornozeleira quebrada, Bolsonaro aproveitaria o tumulto da manifestação convocada pelo filho Flávio para fugir, como fizeram outros bolsonaristas que “também se valeram da estratégia de evasão do território nacional, com objetivo de se furtar à aplicação da lei penal”.

Com isso, Bolsonaro cavou a ida para a penitenciária da Papuda.

Ora, se ele pode permanecer na embaixada dos EUA [ou em outra qualquer], que não tem as condições de cuidados que alega ter em casa para cumprir “prisão domiciliar humanitária”, então ele acabou assumindo que pode ficar preso na Papuda em condições definidas pela perícia médica do judiciário.

Em decisão complementar nesta manhã [22/11], Moraes julgou “prejudicados os pedidos de concessão de prisão domiciliar humanitária e autorização de visitas” já autorizadas.

Há todo um formalismo injustificável em torno das condições de prisão do Bolsonaro. O governo Ibaneis/MDB, do DF, trata-o como seu bandido preferido que não pode cumprir pena na Papuda.

E as cúpulas militares disseminam em off a visão de que o ex-capitão merece passar a longa temporada de privação de liberdade em alguma instalação militar com serviços de spa.

Bolsonaro é um ex-presidente, sim, que desonra a história do Brasil, mas é preciso distinguir que ele foi condenado não por atos administrativos ilícitos ou decisões ilegais no governo, mas porque cometeu crimes gravíssimos, contra a existência da democracia e do Estado de Direito.

Na Argentina, os militares conspiradores e responsáveis pelo terror de Estado foram julgados e condenados pela justiça civil à prisão perpétua, perderam as patentes e aposentadorias militares e morreram no cárcere.

Antes de ser tratado como ex-presidente, Bolsonaro precisa ser classificado como de fato é: um gângster perigoso, traidor da Pátria e chefe de facção criminosa que praticamente passou em revista o Código Penal Brasileiro.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

Por: Jeferson Miola

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