Júlio Lancellotti: 'Há uma ação de extermínio dos moradores de rua'
Em entrevista em vídeo a CartaCapital, o padre da Pastoral do Povo da
Rua denuncia ações violentas da GCM e a política higienista
Reprodução

Ofendido e ameaçado, inclusive de morte, nas redes sociais, o padre afirma não ter medo
As ações contra a população
de rua estão cada vez mais truculentas, afirma o padre Júlio
Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, que há mais de 30 anos trabalha
com pessoas em situação de rua. Embora acredite que a política de
higienização esteja presente em todas as gestões da prefeitura de São
Paulo, ele afirma que a situação só piora. “Não há continuidade das
ações, o que um começa o outro termina”, critica.
Leia também:
Cracolândia: expulsões e repressão marcam gestões do PSDB na regiãoMoradores de prédio que desabou recusam albergues e cobram prefeito
Cracolândia: expulsões e repressão marcam gestões do PSDB na regiãoMoradores de prédio que desabou recusam albergues e cobram prefeito
Em entrevista a CartaCapital ele denuncia as ações violentas da Guarda Civil Metropolitana
(GCM) e do ‘rapa’, que é a apreensão de pertences dos moradores feita
por funcionários da subprefeituras de cada região. “Até remédio tem sido
tirado das pessoas, nas chamadas limpezas da rua”, conta. “E a GCM os
chama de lixo. ‘Ô lixo, o que você ainda está fazendo aqui?’A
intolerância se tornou uma epidemia”.
Padre Júlio também critica a falta de políticas de
acolhimento diversificado ao grupo marginalizado. “A população de rua é
heterogênea, há idosos, mulheres com crianças, casais, os LGBT. Não se pode dar a mesma resposta para todos”.
Ofendido e ameaçado, inclusive de morte, nas redes
sociais, o padre afirma não ter medo: a luta por direitos humanos é um
caminho sem volta.
Confira abaixo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário