Temer anuncia microcrédito para Bolsa Família no dia em que é denunciado na Câmara

Foto: Divulgação/Presidência

Jornal GGN - No dia em que a denúncia por obstrução de Justiça e organização criminosa contra Michel Temer chegou à Câmara dos Deputados, o presidente decidiu lançar um programa chamado Progredir, que tem como objetivo disponibilizar microcrédito a beneficiários do programa Bolsa Família, na intenção de emancipar pelo menos 1 milhão de atendidos até o final do ano que vem.
Segundo reportagem de O Globo, Temer liberou R$3 bilhões só em R$ 3 bilhões em microcrédito para beneficiários do Bolsa Família. O programa ainda prevê beneficiários 1 milhão de vagas do Pronatec, "assistência técnica e inclusão financeira para 1,7 milhão de autônomos, oficinas de preparo profissional para 400 mil pessoas e e oficinas de educação financeira para 100 mil famílias". Neste mês, o Bolsa Família tem 13,5 milhões de famílias, que recebem um valor médio do governo de R$ 179,64.
A atitude de Temer, no dia em que a denúncia da Procuradoria Geral da República chega ao Congresso, destoa da conduta adotada desde o início de sua gestão. Quando assumiu o poder, Temer promoveu mudanças na base de dados do Bolsa Família para reduzir o número de famílias assistidas, sob o argumento de que boa parte delas não precisavam mais dos recursos.
O governo ainda disse que "os R$ 3 bilhões para microcrédito não virão do orçamento do governo federal, mas dos depósitos compulsórios do Banco Central (BC). O BC recolhe, obrigatoriamente, recursos das instituições financeiras. No governo Dilma Rousseff, os depósitos compulsórios chegaram a ser usados para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)", afirmou O Globo.
Junto com Temer, foram denunciados pelo quadrilhão do PMDB os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). O Planalto negou todas as acusações.
PROCESSO NA CÂMARA
A leitura da denúncia no plenário da Câmara, iniciada nesta terça (26), é uma das fases iniciais da tramitação da Solicitação de Instauração de Processo (SIP) 2/17.
Terminada a leitura, Temer será imediatamente notificado. A denúncia passará então a tramitar na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), onde o presidente da República terá prazo de dez sessões do Plenário para apresentar sua defesa.
Depois disso, a CCJ deverá, no prazo de cinco sessões do Plenário, votar o parecer do relator, ainda a ser designado. Independentemente desse parecer, o Plenário deverá decidir se autoriza ou não a abertura de processo no Supremo Tribunal Federal contra Temer, como determina a Constituição.
Com informações da Agência Câmara