terça-feira, 12 de setembro de 2017

Gilmar ameaça Fachin com "nome sujo"

E fala em "dramas pessoais internos que certamente devem haver"
publicado 12/09/2017
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O Conversa Afiada reproduz impressionantes referências do Ministro Gilmar Mendes a "dramas pessoais" e à iminência de "sujar o nome" ao se dirigir a um colega, Ministro Edson Fachin.
Como se sabe, o Ministro Gilmar está convencido de que o Joesley o grampeou, segundo Ilustríssima colonista da Fel-lha.

Gilmar diz que MPF vive 'putrefação' e que Fachin pode manchar seu nome


Durante sessão nesta terça-feira (12), o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que o Ministério Público Federal vive momento de "putrefação" e que o colega Edson Fachin corre o risco de manchar seu nome. O relator da Lava Jato rebateu e disse que está com a "alma em paz".
Gilmar mencionou a atuação do ex-procurador Marcello Miller, que esteve no grupo do procurador-geral Rodrigo Janot na Lava Jato e agora é o pivô da crise que pode levar à anulação dos benefícios concedidos aos executivos da JBS, que estão presos.
"Neste caso, ministro Fachin, imagino seu drama pessoal", afirmou.
"Ter sido ludibriado por Miller 'et caterva' ["seus comparsas", em latim] e ter tido o dever de homologar isto [a delação dos executivos do frigorífico] deve lhe impor constrangimento pessoal muito grande nesse episódio JBS", afirmou.
A manifestação de Gilmar durou cerca de 15 minutos, nos quais ele fez críticas ao trabalho do Ministério Público, a algumas delações da Lava Jato e repetiu que se sentia constrangido pela situação de Fachin.
"Não invejo a sua situação. Acho que Vossa Excelência desempenha um papel importantíssimo e também não invejo os seus dramas pessoais internos que certamente devem haver", disse Gilmar a Fachin.
'EM PAZ'
"Certamente poucas pessoas na história do Supremo Tribunal Federal se viram confrontadas com desafios tão urgentes e imensos e grandiosos. E tão poucas pessoas na história do STF correm o risco de ver o seu nome e o da própria corte conspurcado por decisões que depois venham a se revelar equivocadas", continuou.
Quando ele terminou de falar, Fachin respondeu. "Eu reitero o voto que proferi [no caso que estava sendo discutido] com base naquilo que entendo que são provas nos autos. E por isso agradeço a preocupação de Vossa Excelência, mas parece-me que, pelo menos ao meu ver, julgar de acordo com a prova dos autos não deve constranger a ninguém, muito menos um ministro da Suprema Corte", disse.
"Também agradeço a preocupação de Vossa Excelência e digo que a minha alma está em paz", completou Fachin.
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