
Segundo o portal do Conselho Nacional de Justiça, ao final da 259a, sessão ordinária, a presidente Carmen Lúcia assim falou sobre o Judiciário:
“Neste
tempo, há que se atuar com serenidade, mas com firmeza, na defesa das
instituições democráticas. Na defesa do poder judiciário de uma forma
especial, pela circunstância de que somos o guarda da constituição e em
caso de litígio somos o último a dizer a palavra do que há de prevalecer como direito”, disse a ministra.
Disse
mais: “Vivemos momentos em que o exercício de cargos públicos exige um
grau de responsabilidade pessoal e institucional, mas principalmente um
comprometimento com o Brasil, com o estado constitucional cuja
democracia estamos a construir com muito cuidado, sem chance de
atropelos, menos ainda de qualquer espécie de cogitação, ainda que
distante, de retrocesso, de antijuridicidade, inadmissíveis por
natureza”.
A
ministra citou o tempo vivido pelo País, de “tão pouca delicadeza” e de
“muitas incertezas”, e a necessidade de o Poder Judiciário dar uma
resposta de ética e responsabilidade.
A Ministra continua a favor do bem, da verdade, da gentileza e das palavras vazias.
Meses
atrás solicitei uma audiência com ela para informá-la dos problemas
enfrentados pelo jornalismo independente, não ligado a grandes grupos.
Foi a propósito de sua decisão de recriar um conselho de liberdade de
imprensa, no âmbito do CNJ, para analisar as sentenças estapafúrdias
contra a liberdade de expressão.
Fui
recebido com gentileza, pão de queijo mineiro de boa procedência. A
Ministra anotou em um caderninho as reivindicações apresentadas. Que
analisasse o exercício do jornalismo sob a ótica moderna, e entendesse
que a principal vulnerabilidade era da imprensa independente, sem
estrutura e sem recursos para enfrentar ações custosas, não dos
associados da ANER (Associação Nacional das Editoras de Revistas), ABERT
(Associação Brasileira de Rádio e Televisão), ANJ (Associação Nacional
dos Jornais).
Sugeri,
também, que abrisse debates no âmbito do CNJ, sobre as transformações
da mídia, mas não se atendo apenas à imprensa tradicional. Tudo foi
anotado com serenidade e fiormeza.
De lá para cá, nenhum retorno, nenhuma resposta, nenhuma preocupação com as ameaças reais sofridas no exercício do jornalismo.
Com
serenidade e firmeza, Carmen Lúcia nada decidiu. E não se manifestou
quando um jornalista foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio, por
criticar o mais notório dos políticos corruptos do país.