sexta-feira, 26 de maio de 2017

Foto: Fotos Públicas

Jornal GGN - O procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, para acelerar o interrogatório de Aécio Neves, Rodrigo Rocha Loures e Michel Temer por conta das revelações feitas pela delação da JBS. No caso de Temer, Janot ainda apontou que o presidente até já fez uma confissão pública ao admitir que conversou com Joesley Batista sobre Eduardo Cunha e sobre a compra de juízes e procuradores.
“Ocorre que, em que pese Michel Temer alegar ilicitude da gravação e questionar a integridade técnica desta, cumpre ressaltar que, em pronunciamentos recentes, o Presidente da República não negou o encontro nem diálogo noturno e secreto com o colaborador Joesley Batista, tampouco nega que o colaborador tenha lhe confessado fatos criminosos graves, o que demandaria, no mínimo, comunicação de tais crimes as autoridades competentes”, afirmou Janot.
Para o chefe do Ministério Público Federal, os depoimentos devem ocorrer em um curto prazo porque há pessoas presas desde a deflagração da operação Patmos. “Conjugando o regime preconizado pelo Código de Processo Penal e pelo Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal tem o prazo de 10 dias, contados da realização da prisão, para finalizar as investigações e remeter o inquérito para o Ministério Público Federal, que, por sua vez, possui o prazo de 5 dias para oferecer denúncia ou requerer o arquivamento”, disse Janot.
“Há a necessidade de ultimação de inquérito no prazo acima apontado em virtude de haver investigado preso, devendo ser efetivadas diligências a fim de angariar elementos a formação da opinio delicti”, completou.
Segundo o Estadão, no ofício a Fachin, Janot também traça um paralelo entre a situação de Temer, gravado por Joesley falando da Lava Jato, com a de Dilma e Lula na época em que Sergio Moro vazou o grampo em que a ex-presidente falava sobre termo de posse no Ministério da Casa Civil.
À época, Gilmar Mendes disse que, ao explicar o termo de posse, Dilma admitiu publicamente a diálogo com Lula e interpretou que "as confissões espontâneas tem força para provar a existência da conversa e do seu conteúdo”.

Temer, Aécio e Loures são investigados por corrupção passiva, constituição e participação em organização criminosa e obstrução à investigação.

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