terça-feira, 14 de maio de 2013

LÍDERES NEGAM QUE NEGOCIAÇÃO SOBRE MP DOS PORTOS É INFLUENCIADA POR EMENDAS

Líderes negam que negociação sobre MP dos Portos é influenciada por emendas
Publicidade
MÁRCIO FALCÃO
DIMMI AMORA
DE BRASÍLI
Em meio às negociações para a aprovação da medida provisória do setor de portos que regulamenta o setor portuário, líderes governistas da Câmara dos Deputados negaram nesta terça-feira (14) que estejam sendo influenciados pela promessa do governo de liberar emendas que os parlamentares fazem ao Orçamento da União.
O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), afirmou que seu partido não vai encaminhar pedido de liberação de emendas até que seja aprovada proposta de orçamento impositivo para emendas.
Câmara encerra sessão antes de nova tentativa para votar medida sobre portos
PMDB ensaia acordo com governo e deve retirar emenda de MP dos Portos
A ideia é discutida por uma comissão especial. A expectativa é que o texto seja aprovado até junho.
"A bancada repudia qualquer liberação de emenda. A bancada não aceitará emenda, não mandará pedido de liberação de emenda. O PMDB só quer ter direito a emenda após a aprovação da PEC que prevê o orçamento impositivo", disse Cunha.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), reforçou o discurso. "Sei que não é o pensamento do governo, que não é assim que se conquista a consciência do parlamentar, não é assim que se conduz o processo democrático."
O líder do PT, José Guimarães (CE), também negou qualquer iniciativa irregular do governo para aprovar a medida. "Não fizemos nenhuma maracutaia para aprovar a MP", disse.
A ideia dos governistas é evitar um desgaste na imagem da Câmara com a tese de que os deputados estariam barganhando para aprovar a matéria.
A Folha apurou com líderes partidários que o valor negociado pode ultrapassar R$ 1 bilhão e deve ser empenhado (quando há a promessa de pagamento) até o fim do mês.
As emendas parlamentares representam geralmente pequenas obras nos redutos eleitorais dos congressistas. A liberação do dinheiro para elas não é obrigatória, o que leva o Executivo a frequentemente usar esse mecanismo como moeda de troca em votações de seu interesse.
Cada parlamentar tem direito a R$ 15 milhões em emendas. Essa será a primeira liberação do ano.
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) reconheceu a negociação para liberar as emendas, mas evitou vincular a votação da MP com os recursos. A ministra disse que, como a proposta orçamentária foi aprovada apenas há quase dois meses, já havia previsão para autorizar o pagamento.
"É normal ter liberação de emendas. Agora, não acontecerá nos próximos dias porque não tem nem tempo hábil para operacionalizar."

Nenhum comentário:

Postar um comentário