‘Supremo já deve ter entendido que é absurdo deixar Lula preso’, diz Bandeira de Mello

Em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, nesta segunda-feira, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, também diz estar otimista “com a possibilidade do STF analisar a parcialidade do processo” que levou Lula à prisão, já que “o conluio” entre o juiz Sergio Moro e o Ministério Público é notório. “Qualquer tribunal superior deve julgar o processo como falho e anulá-lo. Lula merece um julgamento justo.”
“500 dias. Um número que machuca e ofende. Mas que chama para a resistência. 500 são os cinco séculos que o país passou sob o domínio da elite nacional. Como nos ensinou o sociólogo Florestan Fernandes, essa elite é antinacional, antipopular, escravista, racista e patrimonialista”, diz a nota da FBP.
A entidade, de acordo com jornada de lutas nacional, convoca os comitês de Curitiba e região a fazer ações, panfletaços, faixaços, diálogos com a população, por toda a cidade.
Okamotto, afirma que Lula não foi preso por ter cometido crimes, mas para garantir a implementação do projeto político em andamento no país.
“O que acontece no Brasil é uma mudança de regime. Há um projeto de
extrema direita, neoliberal, que pretende mudar o papel do Estado,
acabando com todas as possibilidades de ajudar os que mais precisam
dele.” Para Okamoto, as reformas trabalhista e da Previdência e o alto
desemprego ilustram as intenções de tal projeto.
Habeas corpus
Na semana passada, a defesa do ex-presidente impetrou habeas corpus com pedido de liminar no Supremo Tribunal Federal, para que a corte reconheça a suspeição dos procuradores da Lava Jato e, consequentemente, a decretação da nulidade “de todos os atos processuais relativos à ação penal que levou Lula à prisão”.
Segundo os advogados, em todas as acusações que tramitaram na 13ª Vara Federal de Federal de Curitiba constata-se “a apresentação de uma denúncia desprovida de elementos mínimos” que sustentasse a condenação.
A defesa aponta ser “evidente” que, no interrogatório de Léo Pinheiro (em 20 de abril de 2017) na Vara de Curitiba, o delator “estava totalmente influenciado pela perspectiva de recebimento de benefícios decorrentes de eventual condenação” de Lula.
“Tanto é verdade que ele mudou o comportamento adotado em outros depoimentos. Afinal, por que correria o risco de antecipar as informações e ‘esvaziar’ seu acordo de delação premiada se não já lhe tivesse sido garantido algum benefício?”, questionam os advogados.
Além disso, a escolha da jurisdição de Curitiba foi feita por ser esta “mais favorável à condenação” do ex-presidente, argumentam. A suspeição de procuradores, por sua vez, foi corroborada pelas revelações do Intercept e outros veículos de imprensa, apontam os advogados.
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