PiG empurra reitor ao suicídio, em Santa Catarina
Palmas pro filme da Lava Jato e pro jornalismo assassino de reputações
publicado
02/10/2017

Prof Cancellier não resistiu à destruição da reputação (Crédito: UFSC)
Do G1:
O reitor afastado da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier, foi
encontrado morto na manhã desta segunda-feira (2) no Beiramar Shopping,
em Florianópolis.
Cancellier,
de 59 anos, estava afastado da instituição por determinação
judicial. Ele e outras seis pessoas foram presas no dia 14 de
setembro e liberadas no dia seguinte. O grupo é investigado na Operação
Ouvidos Moucos, da Polícia Federal, que apura desvio de recursos em
cursos de Educação a Distância (EaD) oferecidos pelo programa
Universidade Aberta no Brasil (UAB) na UFSC.
Em
nota, a assessoria do shopping disse que por volta das 10h30 um homem
cometeu suicídio, caindo no vão central. Ele se jogou da escada do piso
L4. A Polícia Militar e o Instituto Médico Legal (IML) confirmaram a
identidade da vítima.
A
Polícia Civil esteve no shopping nesta manhã com os delegados Ênio
Matos e três delegados recém-formados da Academia da Polícia Civil de
Santa Catarina (Acadepol), que auxiliarão no caso. Eles coletavam
informações com funcionários do shopping. A investigação ficará a cargo
da 1ª Delegacia de Polícia da Capital.
Conforme
a chefia de gabinete da UFSC, dois pró-reitores se deslocavam na manhã
desta segunda-feira para o IML. Em nota, a universidade afirmou que
"pró-reitorias e secretarias da Administração Central paralisaram as
atividades a partir das 11h, em função do trágico acontecimento".
Estiveram
no shopping nesta manhã familiares e amigos do reitor. Entre eles, a
secretária de Justiça e Cidadania, Ada de Luca, e o ex-ministro do
Trabalho, Manoel Dias.
(...)
NOTA OFICIAL
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), profundamente consternada, comunica o trágico falecimento do Prof. Dr. Luiz Carlos Cancellier, Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, ocorrido na manhã desta segunda-feira. O sentimento de pesar compartilhado por todos/as os/as reitores/as das universidades públicas federais, neste momento, é acompanhado de absoluta indignação e inconformismo com o modo como foi tratado por autoridades públicas o Reitor Cancellier, ante um processo de apuração de atos administrativos, ainda em andamento e sem juízo formado. É inaceitável que pessoas de bem, investidas de responsabilidades públicas de enorme repercussão social tenham a sua honra destroçada em razão da atuação desmedida do aparato estatal. É inadmissível que o país continue tolerando práticas de um Estado policial, em que os direitos mais fundamentais dos cidadãos são postos de lado em nome de um moralismo espetacular. É igualmente intolerável a campanha que os adversários das universidades públicas brasileiras hoje travam, desqualificando suas realizações e seus gestores, como justificativa para suprimir o direito dos cidadãos à educação pública e gratuita. Infelizmente, todos esses fatos se juntam na tragédia que hoje temos que enfrentar com a perda de um dirigente que por muitos anos serviu à causa pública. A ANDIFES manifesta a sua solidariedade aos familiares e amigos do Reitor Cancellier e continuará lutando pelo respeito devido às universidades públicas federais, patrimônio de toda a sociedade brasileira.
Brasília, 02 de outubro de 2017.
"A delegada responsável pela prisão do reitor da UFSC é Érika Marena, uma das integrantes iniciais da Lava-Jato"
Em tempo2: de Moacir Pereira, no Diário Catarinense:
O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, professor Luiz
Carlos Cancellier de Olivo, valeu-se do suicídio para praticar um ato
político de forte impacto na população. Além de optar pelo espaço mais
visitado e de maior movimentação nas manhãs de segunda-feira, em
Florianópolis, ele deixou um bilhete que pode explicar as razões de seu
gesto.
Segundo fonte da Policia Civil, um bilhete foi escrito pelo professor Cancellier, onde teria escrito: "Minha morte foi decretada no dia de minha prisão".
(...) O reitor não conseguiu neutralizar os efeitos políticos, sociais e psicológicos da sua prisão na Operação Ouvidos Moucos. Com toda a vida dedicada à Universidade e à educação viu o esforço acadêmico e político de décadas desmoronar do dia para a noite. A partir da prisão viveu dias terríveis, segundo os amigos mais chegados. Iniciou um processo depressivo, tinha aconselhamento psiquiátrico e tomava medicamentos para neutralizar o impacto psicológico da prisão e todo o processo humilhante a que foi submetido.
(...)
Em tempo3: O C Af republica, também, a manifestação do Desembargador Lédio Rosa de Andrade, no Twitter:Segundo fonte da Policia Civil, um bilhete foi escrito pelo professor Cancellier, onde teria escrito: "Minha morte foi decretada no dia de minha prisão".
(...) O reitor não conseguiu neutralizar os efeitos políticos, sociais e psicológicos da sua prisão na Operação Ouvidos Moucos. Com toda a vida dedicada à Universidade e à educação viu o esforço acadêmico e político de décadas desmoronar do dia para a noite. A partir da prisão viveu dias terríveis, segundo os amigos mais chegados. Iniciou um processo depressivo, tinha aconselhamento psiquiátrico e tomava medicamentos para neutralizar o impacto psicológico da prisão e todo o processo humilhante a que foi submetido.
(...)

Em tempo4: leia no Diário Catarinense: "Em tom de desabafo, Luiz Cancellier publica último artigo em 'O Globo'
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