Crise
Comissão do Senado aprova impeachment de Dilma
Em votação sem surpresas, relatório de Antonio Anastasia foi aprovado por 15 votos a 5
por Redação
—
publicado
06/05/2016 13h39,
última modificação
06/05/2016 13h53
Marcos Oliveira / Agência Senado

Anastasia conversa com o presidente da comissão, Raimundo Colombo, nesta sexta-feira 6
A Comissão Especial do
Senado que analisa o pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT)
aprovou nesta sexta-feira 6 o relatório do senador Antonio Anastasia
(PSDB-MG) que recomenda o afastamento temporário da petista, acusada de
cometer crimes de responsabilidade.
O parecer foi aprovado por 15 votos a 5, explicitando
a falta de apoio do governo no Congresso, uma realidade que deve ficar
evidente também na quarta-feira 11, quando o Plenário do Senado se
manifesta a respeito do relatório da comissão. Se metade mais um dos
senadores presentes votar pela admissibilidade do processo, Dilma
Rousseff será afastada por até seis meses, prazo em que deve ser julgada
também pelo Senado.
A sessão de votação durou cerca de três horas e
todos os líderes de partidos e blocos tiveram direito a cinco minutos
de exposição para apresentarem suas opiniões. A maioria dos senadores
concordou com a tese de que Dilma não poderia ter editado decretos
presidenciais para abertura de crédito suplementar sem anuência do
Congresso Nacional. Os senadores da oposição também argumentaram que
Dilma cometeu crime de responsabilidade ao contratar ilegalmente
operações de crédito com instituição financeira controlada pela União,
no caso o Banco do Brasil, em relação aos pagamentos ao Plano Safra.
Do outro lado, os aliados do governo defenderam que a
presidenta Dilma não cometeu crime algum e está sendo vítima de um
golpe. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) encaminhou voto contrário
afirmando que afastar Dilma é como penalizar uma infração de trânsito
com a pena de morte. Para Gleisi, Dilma está pagando por "contrariar a
elite do país” ao investir em programas sociais por “não ser afeita aos
jogos da política".
O
líder do governo no Sendo, Humberto Costa (PT-PE), disse que o processo
está viciado pelo desvio de poder cometido pelo ex-presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que agiu por vingança após romper com o
governo. Já o vice-líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que, ao
contrário do que ocorreu no impeachment do ex-presidente (e hoje
senador) Fernando Collor, em 1992, desta vez não há crime, por isso a
história vai absolvê-la.Com informações da Agência Senado
Nenhum comentário:
Postar um comentário