Olá,
As enchentes são um problema recorrente que assola o Brasil inteiro, e que vão ficando cada vez mais comuns em tempos de emergência climática. Este texto poderia ser sobre qualquer uma das cidades brasileiras, mas é sobre a maior metrópole do país.
Após quase uma semana de ruas alagadas, moradores do Jardim Pantanal, área periférica da Zona Leste de São Paulo, agora contabilizam os prejuízos das enchentes que acontecem no local há pelo menos 30 anos e que têm sido cada vez mais comuns.
Na visita da Agência Pública ao bairro, a reclamação constante dos moradores era de que a imprensa tradicional, com todo o seu poder de alcance, não dava espaço para reclamações e cobranças direcionadas ao prefeito Ricardo Nunes (MDB).
O jornal O Globo publicou um editorial, em 5 de fevereiro, defendendo a ideia de Nunes em remover as famílias que vivem no bairro da zona leste paulistana, sob o argumento de que a construção de um dique custaria R$ 1 bilhão ao cofre da prefeitura, cujo orçamento é de cerca de R$ 112 bilhões, segundo o balanço de 2024.
“Ele [Ricardo Nunes] falou que não valia a pena investir nessa comunidade, porque sempre acontecem [enchentes]. Então, ele quis dizer que nós estamos perdidos? Que não vale a pena tirar o mínimo do estado para investir em nós?”, disse à Pública Jacilene Geraldo dos Santos, de 33 anos, em tom de repúdio ao anúncio do prefeito sobre estudar a possibilidade de remoção. Ela e boa parte da família nasceram e cresceram no Jardim Pantanal.
No terceiro dia de enchentes, 3 de fevereiro, uma moradora foi entrevistada ao vivo por um jornal televisivo, mas quando passou a criticar a atuação de Ricardo Nunes frente às enchentes, o repórter pouco deu importância à denúncia que ela fazia e que foi contada pela Pública: quem havia feito o cadastro para o auxílio de emergência, no valor de R$ 1 mil, ainda não tinha recebido o benefício mesmo depois de vários dias. |
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