Senado reage a Bolsonaro e homenageia Paulo Freire

O pedido foi colocado em votação pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e aprovado de forma simbólica ao fim da última sessão do ano. Também assinaram o requerimento os senadores Esperidião Amin (PP-SC), Lasier Martins (Podemos-RS), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) e Eduardo Gomes (MDB-TO), este último líder do governo Bolsonaro no Congresso.
Logo após a aprovação, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) foi à tribuna do plenário para rebater a declaração de Bolsonaro. Na segunda-feira, o presidente criticou a TV Escola e disse que investir no canal é jogar dinheiro fora porque ninguém o assiste, mas, ao mesmo tempo, afirmou que a programação é “totalmente de esquerda” e “deseduca” o público.
Em seguida, Bolsonaro relacionou as ideias de Paulo Freire ao baixo
resultado do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes
(Pisa).
O Brasil, no entanto, não ficou em último lugar na América do Sul. A Argentina ficou abaixo do Brasil por cinco pontos.
No seu discurso, Contarato disse que, se Bolsonaro fosse ao dicionário, veria que o adjetivo “energúmeno” se aplicaria melhor ao próprio.
— Energúmeno é um presidente misógino, preconceituoso, sexista, homofóbico, racista, que passa uma reforma da Previdência para aumentar a desigualdade, que só beneficia banqueiros, empresários e a União e só tem como destinatário tirar direitos dos mais pobres — declarou o senador do Espírito Santo.
O parlamentar complementou dizendo que o presidente é energúmenos por violar direitos elementares como a saúde e a educação e por não viabilizar emprego e renda.
— Agora não chame, não chame Paulo Freire, não ouse pronunciar o nome dele. Acho que o presidente tinha que limpar a boca antes de falar do nosso mestre da educação, Paulo Freire […] Ah, senhor presidente, busque o dicionário, aprenda o que é energúmeno. Tome a postura como o Presidente da República Federativa do Brasil, porque isso o senhor está longe de ser. O senhor faria muito pela nação brasileira se renunciasse — disse Contarato.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) falou em seguida e destacou os 35 prêmios concedidos a Paulo Freire em universidades de todo o mundo e o reconhecimento pela Unesco de sua obra. Ele afirmou ainda que Bolsonaro merece a lata do lixo da História.
— O lugar de um: o panteão dos heróis da História. O lugar de outro: a lata do lixo da História, ao que ele caminha a passos largos — declarou.
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário