domingo, 17 de novembro de 2019

Pesquisa mostra PT como maior culpado pela crise. O que significa para os progressistas?

O antipetismo como fenômeno de massas tem bases objetivas. O que interessa é saber como - diante desse entendimento popular - a esquerda pode sair da situação defensiva

Evidência preocupante na Pesquisa XP
Por Gilberto Maringoni
As pesquisas da XP devem ser examinadas com cuidado. Muitas vezes a metodologia e as perguntas não são divulgadas. Metodologia e perguntas podem interferir em resultados. Dito isso, há uma página da sondagem divulgada no último dia 13 que deve merecer atenção das forças progressistas.
Ela se refere à percepção popular de quem são os responsáveis pela crise atual. Entre quatro itens – governos Lula, Dilma, Temer, Bolsonaro e fatores externos -, metade da população atribui a culpa às gestões petistas.
A percepção é correta. Lembremos: entre 2015-16, o desemprego praticamente dobrou – de 6% para 11% – e o PIB teve queda de 8%, índice inédito desde a proclamação da República (1889).
Esse dado mostra que o antipetismo como fenômeno de massas tem bases objetivas.
O PT não quer fazer autocrítica e certamente não é o caso. O partido fez uma opção recessiva no governo Dilma II e deve ter tido razões para isso. Resolveu não contar a ninguém que razões eram essas e aí está um problemaço.
O que interessa é saber como – diante desse entendimento popular – a esquerda pode sair da situação defensiva que se encontra. É algo surpreendente face a um governo que vive de histórias mal contadas, agressões entre milicianos, queirozes, casas 58, aprofundamento da crise etc.
A única opção para as forças progressistas é fazer o árduo caminho de se reconectar às dores do povo, com uma campanha pelo emprego, pelo salário, por comida e por demandas reais das pessoas. E abandonar a tentação neoliberal quando voltar ao governo.

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