domingo, 17 de novembro de 2019

Bolsonaro viajou para o Rio no dia seguinte ao da morte de Marielle, por Luis Nassif

Na nossa “teoria do fato” sobre o dia de Bolsonaro na morte de Marielle – que é apenas uma hipótese de investigação – colocamos mais uma peça

Recebo a seguinte mensagem de Murilo Grossi:
Bom dia Nassif, me chamo Murilo Grossi, sou ator. Tenho uma informação importante;
VIAJEI COM BOLSONARO NO DIA 15/03/2018 DE BSB PARA O RIO NUM VÔO DA GOL ÁS 8:50hs. 
Dia seguinte ao assassinato de Marielle. Eu estava fazendo a novela Apocalipse da Record e fui para o Rio gravar. Tive inclusive vontade de dizer a ele que ele tinha envolvimento com aquele crime mas me contive porque outros passageiros o abordaram na fila pra tirar fotos. Creio que esta informação esclarece as dúvidas sobre o dia que ele foi para o Rio. 
Jamais esqueceria desta ocasião porque eu estava chocado com as notícias do assassinato e me lembro de ter comentado com minha esposa que aquilo era ação de milícia e que os Bolsonaros estavam envolvidos. No outro dia cedo o vejo chegando para o vôo e liguei imediatamente pra minha esposa.

É mais um fato para compor a narrativa em torno do envolvimento de Bolsonaro no episódio.
Na nossa “teoria do fato” sobre o dia de Bolsonaro na morte de Marielle – que é apenas uma hipótese de investigação – colocamos mais uma peça:
  1. Bolsonaro articulou uma reunião com Ronnie Lessa (do Escritório de Crime) e Elcio Queiroz para o dia 14, no Condomínio Vivendas da Barra.
  2. Preparou um álibi para faltar à sessão daquele dia na Câmara Federal. A jornalista Thais Belinski foi informada de que ele iria voltar para o Rio de Janeiro por um problema de intoxicação alimentar. Era um álibi curioso: viajar intoxicado, podendo descansar e ser tratado em Brasilia.
  3. Naquele dia, trocando ideias com assessores, Bolsonaro se deu conta de que a ida para o Rio de Janeiro poderia expô-lo. Assim, decidiu ficar na sessão da Câmara, onde apareceu sem nenhum sinal de quem estava intoxicado. A reunião no Condomínio foi mantida com os demais participantes.
  4. Ao chegar ao condomínio, Élcio deu o número da casa de Bolsonaro. O porteiro ligou para o celular anexado ao número, Bolsonaro atendeu em Brasília e autorizou a entrada. E Élcio rumou para a casa de Ronnie Lessa, que fica na mesma rua da casa de Bolsonaro, cerca de duas ou três casas depois.
  5. No dia seguinte, Bolsonaro teria rumado para o Rio para um balanço com seus parceiros.
  6. Quando a reunião foi identificada, após perícia no celular de Ronnie Lessa, os Bolsonaro foram informados por aliados infiltrados nas investigações, que atrasaram a perícia a fim de permitir que as provas fossem alteradas.
Repito: é uma hipótese, uma narrativa para permitir organizar os fatos relacionados.
Se aparecerem elementos que derrubam algumas das peças, a narrativa é refeita à luz dos novos fato. Até agora, não apareceram.

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